Luanda – Professores universitários de instituições públicas do Ensino Superior de Angola, que há mais de um ano reclamam por melhores salários, anunciaram esta quinta-feira, 05, em Luanda, que na próxima terça-feira (10) terá início uma greve por tempo indeterminado.

Fonte: Lusa
A intenção foi declarada em conferência de imprensa pelo secretário-geral do Sindicato dos Professores do Ensino Superior (SINPES), Eduardo Peres Albano.

Segundo aquele sindicalista, em Junho deste ano foi entregue pela segunda vez ao Ministério do Ensino Superior um caderno reivindicativo aprovado na Assembleia-geral de carácter nacional, realizada em 16 de Junho de 2012, no Lubango, província da Huíla.

Eduardo Peres Albano referiu que face ao "silêncio absoluto do Ministério do Ensino Superior", e findo o prazo estipulado pelo Conselho Nacional, de 30 dias após o início do segundo semestre do ano académico 2013, os professores declaram greve.

"A partir do dia 10 de Setembro do ano em curso, às 07:30, todas as instituições públicas do ensino superior iniciarão uma greve por tempo indeterminado", disse o secretário-geral do SINPES, que anunciou igualmente a existência de uma equipa negociadora do sindicato.

No caderno reivindicativo, os docentes universitários pedem a actualização dos seus salários, o pagamento de salários e subsídios em atraso há mais de dois anos, a melhoria das condições sociais dos docentes no que concerne a assistência médica e medicamentosa, habitação e transporte.

Os professores universitários solicitam igualmente a harmonização dos planos curriculares para a facilitação da mobilidade docente e discente, bem como a reposição da democracia para a ascensão aos cargos de direcção nas instituições universitárias e de ensino superior públicas em Angola.

Eduardo Peres Albano sublinhou que a preocupação maior prende-se com os baixos salários auferidos pelos professores, informando que foi apresentado também ao Ministério do Ensino Superior os resultados de um estudo comparativo sobre os salários de docentes universitários e de outros escalões do ensino.

"É lamentável que até docentes do ensino secundário tenham melhores salários que do ensino superior. Se de facto é o ensino superior que tem formado os quadros deste país, por que é que o ensino superior tem que estar voltado para a miséria?", questionou o SG do SINPES.

Na proposta salarial, os docentes sugerem que o professor titular passe do salário base de 357 mil kwanzas (2.807 euros) para 1,5 milhão de kwanzas (11.797 euros). O SINPES, criado em 1996 e legalizado em 2000 pelo Ministério da Justiça, conta com cerca de cinco mil associados das sete regiões académicas.