Zaire – As maratonas viraram modas em Angola e são autênticas e poderosas molas propulsoras do alcoolismo no seio da juventude e mesmo dos adultos. Elas acontecem para comemorar as festividades oficiais do Partido no poder, MPLA, e os aniversários dos seus mais altos dirigentes, nomeadamente o seu Presidente, José Eduardo dos Santos (JES).

Fonte: Club-k.net
As maratonas são festas de comes e bebes com música altíssima em vários cantos das principais cidades do país, provocando uma poluição sonora capaz de matar os que sofrem de doenças cardiovasculares e tensão arterial.

Em alusivo ao 28 de Agosto, data natalícia de JES, as maratonas são organizadas em vários pontos das cidades de Angola, nomeadamente em Luanda, onde as bebidas e pinchos são vendidos a preços bacíssimos para que estejam ao alcance de qualquer bolso.

Além de promover o alcoolismo, as maratonas servem igualmente para distrair o povo, principalmente a juventude, e desviar as suas atenções face às dificuldades gritantes de falta de emprego, luz, água, escola e habilitações que estas enfrentam ao dia a dia.

Como as maratonas viraram moda, espera-se elas sejam igualmente organizadas para comemorar o 17 de Setembro, chamado dia do Herói nacional que eh António Agostinho Neto, antigo Presidente do MPLA e de Angola, e o 11 de Novembro, data da Independência nacional.

A eleições autárquicas projectadas  segundo a ingenuidade da oposição política - para 2015 e as gerais previstas para 2017, são outros argumentos fortes para o MPLA perturbar o silencio do povo pacato e pobre com barulho ensurdecedor das maratonas com vista a deixar dormi-lo (o povo) de pé e votar inconscientemente sob o efeito do álcool.

Isto aconteceu nas raras “eleições” que foram encenadas em Angola, pois o  MPLA e o seu Presidente, José Eduardo dos Santos (JES) sabem e usam a máxima segundo a qual  “ventre afammee n’a point d’oreilles” (ventre esfomeado não ouve).

As maratonas são também uma outra forma maquiavélica e paliativa que o MPLA encontrou de alimentar os esfomeados. Só o MPLA – que usa e abusa do erário público, entende-se dinheiro do estado e do povo -  tem a capacidade financeira de organizar as maratonas.

Com este dinheiro - que o Partido que usurpou o poder - desvia do erário publico, dá-se o luxo de vender três cervejas nacionais como a Cuca, a Nocal,  pinchos e uma concha (perna) de frango assada ou frita a preços mais baixo que de um caderno escolar.

As fábricas de cervejas e gasosas do país parece obedecerem a orientação das instâncias superiores do MPLA para abastecer as maratonas. As referidas fábricas despejam descontroladamente cervejas e gasosas em qualquer lugar onde encontram senhoras a fazerem negócios de rua. Que as senhoras  tenham ou não dinheiro, são abastecidas com a mercadoria que revenderão barato às populações locais.

Os movimentos organizadoras das referidas maratonas são o MNE (Movimento Nacional Espontâneo), a AJPRAZ (Associação dos antigos estudantes bolseiros de Angola na Zâmbia) e Kabuscorp (Organização de Bento Kangamba) são todos pró-MPLA. As referidas organizações propagandísticas do MPLA têm direito ao dinheiro do Orçamento Geral do Estado (OGE).

As medias publicas como a TPA (Televisão Publica de Angola), RNA (Rádio Nacional de Angola), JÁ (Jornal de Angola), ANGOP (Agencia Angola Press) e outras como a TVZ (TVZimbo) e Rádio LAC (Luanda Antena Comercial), promovem igualmente as maratonas, limpando a imagem do partido dos camaradas.

De igual modo, a polícia garante a protecção adequada aos participantes das maratonas. Contrariamente ao MPLA, os partidos políticos da oposição, depauperados ou empobrecidos, penam para organizar uma simples reunião popular como um comício para não falar em maratonas.

Apenas a UNITA, maior partido da oposição política angolana tem a ousadia de ensaiar algumas concentrações populares que as vezes amedrontam o MPLA. Quem desafia verdadeiramente o MPLA, são os jovens estudantes universitários organizados em Movimento da Juventude Revolucionária (MJR) sem liderança definida para evitar que os líderes sejam corrompidos pelo MPLA.

Estes jovens destemidos, apartidários e laicos, contam com seus próprios meios e não beneficiam de apoio de ninguém. Não pertencem a um partido politico, a uma Igreja ou a  uma Organização qualquer.

Para divulgarem as suas mensagens, os jovens manifestantes usam os telemóveis (com SMS) e as redes sociais e os órgãos de comunicação social privados como as rádios Ecclésia e Despertar e os jornais semanários.

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