ImageTudo aconteceu quando em Agosto de 2006 aquela dirigente da UNITA se deslocou à comuna de Savati, no município de Cuangar, onde alegadamente constatou irregularidades na atribuição dos bilhetes de identidade.   

Chipoia denunciou que estes documentos estavam a ser processados através de "critérios injustos", com os militantes e simpatizantes do partido no poder, MPLA, a ser "beneficiados" e os da UNITA "preteridos".

O então delegado provincial da Justiça na província do Cuando-Cubango moveu na altura um processo-crime contra a ex-secretária da UNITA que terá como advogado neste processo, Casimiro Calei.

Contactado pela Agência Lusa, o vice-presidente da UNITA, Ernesto Mulato, considerou o acto um "julgamento político", acrescentando que a questão já tinha sido debatida numa reunião da Comissão Bilateral de Concertação entre o Governo e a UNITA, órgão que acompanha a aplicação dos acordos de paz em Angola.

"Se a população diz alguma coisa que nos inquieta compete-nos analisar, e foi o que a ex-secretária fez, pelo que esse dossier já estava arquivado", disse.
"Mas no âmbito da estratégia do MPLA de procurar denegrir a UNITA, foi novamente activado", salientou Ernesto Mulato.

Segundo o vice-presidente da UNITA, os governantes e deputados do MPLA, mesmo constatando "algo de errado", nada dizem e agora, por Regina Chipoia ter denunciado tal situação, querem julgá-la em tribunal.

A UNITA enviará uma delegação de "alto nível" para acompanhar o julgamento, escusando-se Mulato a adiantar quem a chefiará.

A província do Cuando-Cubango é actualmente governada pela UNITA e alguns dos seus municípios, como Mavinga e Cuito Cuanavale, foram importantes bases de apoio do partido durante a guerra civil.

Fonte: Notícias Lusófonas