Lisboa - Quando se proclamou a Independência de Angola, Manuel da Cruz Neto, era um jovem com o sétimo ano de escolaridade que coordenava a estrutura da JMPLA em Cacusso, Malanje, sua terra natal.

Fonte: Club-k.net

Seu primeiro emprego seria numa fabrica de rações em Malanje quando esta província encontrava-se conturbada com os acontecimentos do “27 de Maio”. Pouco tempo depois, transferiu-se para Luanda, onde em 1982, seria admitido nos quadros do Banco Nacional de Angola (BNA) e paralelamente inscreveu-se na Universidade Agostinho Neto, onde se licenciou em económica. No BNA fez carreira desde chefe de sector de estatística da área de circulação monetária até ascender a director da direção de emissão e crédito.

Saiu do BNA em 1996, altura em que o Presidente da República lhe nomeou para o cargo de Vice-Ministro do Comércio. Em finais de 2002, com a entrada de um novo Ministro do Comercio Joaquim Icuma Muafumba indicado pela UNITA no quadro do GURN, o Presidente José Eduardo dos Santos reconfirmaria Cruz Neto como numero dois daquele departamento governamental. JES fez dele um “Vice-Ministro” com mais poder que o próprio “Ministro”.

Nas reuniões do Conselho de Ministro para decisões importantes na vida do Ministério era Manuel da Cruz Neto quem participava enquanto que o ministro Joaquim Icuma Muafumba era despachado em simultâneo para outras missões para alegadamente ser distraído.

 Manuel da Cruz Neto era também o Coordenador do PRESILD e tinha o mesmo numero de consultores tal como o Ministro, coisa que acontecia com todos os ministérios tutelados por quadros da UNITA, durante a vigência do GURN. Da Cruz Neto também tinha pouco contacto com o tutelar da pasta, apenas comunicavam-se no essencial.

Em Agosto de 2008, Eduardo dos Santos assinou um Despacho n.º 23/08 Determinando que a gestão orçamental e financeira do Ministério do Comércio fosse exercida pelo então Vice-Ministro do Comércio Manuel da Cruz Neto.

Na sequencia da queda do GURN, em consequência das eleições de Setembro de 2008, Manuel da Cruz Neto seria transferido para o ministério das finanças como “Vice-Ministro”. Após a saída deste ministério dedicou-se a consultoria de empresas até Maio de 2013, altura em que foi chamado para substituir Adelino Peixoto no cargo de Secretário Geral do Presidente da República.

No palácio presidencial, há apreciações positivas quanto a sua pessoal. Consideram-no como tendo uma educação semelhante a de um padre mas também astuto para outras coisas. Quando procedeu as primeiras remodelações na área que dirige, exonerou uma funcionaria que trabalha a mais de trinta anos na Presidência da República e em seu lugar colocou uma cunhada  sua.