Lisboa – As reacções entorno do último discurso do Presidente da República (sobre Estado da Nação) continua a dar que falar. O deputado à Assembleia Nacional, Mfuka Fuakaka Muzemba, deixa claro que o estado da nação apresentado pelo titular do poder executivo, José Eduardo dos Santos, no último dia 15/10, na abertura do IIº ano legislativo da terceira legislatura, em Luanda, “vende puro e simplesmente ilusões”, uma vez que não reflecte as verdadeiras preocupações do país.

Fonte: Club-k.net
O representante do povo garante que o Presidente da República falhou, categoricamente, ao não se pronunciar sobre os desaparecimentos misteriosos (há mais de 17 meses) de Alves Kamolingue e Isaías Kassule, bem como a detenção arbitrária do jovem Nito Alves, de 17 anos de idade, na Comarca Central de Luanda, há mais de um mês, no momento em que se referiu sobre os Direitos Humanos.

“Estes são temas de extrema importância quando se avalia o estado actual da nação na matéria de Direitos Humanos”, ressaltou Mfuka Muzemba, em entrevista a este portal.

JUVENTUDE

Quanto a questão da juventude, o suspenso líder da Juventude Unida e Revolucionária de Angola (JURA) garante que o Executivo (encabeçado pelo MPLA, partido no poder desde 1975) tem o conhecimento dos verdadeiros problemas que aflige a juventude no geral.

“Os problemas dos jovens não se vão resolver com discursos e fóruns. Mais do que a intenção, precisa-se de acções concretas com vista a dar solução aos vários problemas que os enfermam. E isto, o governo não faz até a presente data”, frisou o nosso interlocutor.

Na qualidade de jovem, Mfuka Muzemba diz que esperava que José Eduardo dos Santos esclarecesse, de igual modo, para quando a apresentação, ao parlamento, da Lei da Política Juvenil do Estado e dos seus instrumentos.

“Este sim, será o instrumento mais importante, porque vai legislar os direitos e oportunidades de realização dos jovens, por um lado, e por outro, definir as prioridades de execução de forma a responder positivamente as suas aspirações”, destacou a fonte.

O jovem deputado recorda ainda que o Presidente da República voltou a falar da criação de mais empregos, sem mencionar – no entanto – em como garanti-los, uma vez que o executivo aposta superficialmente na industrialização do país, além dos fracassos programas de investimentos e financiamentos às empresas nacionais.

“O referido discurso não apresenta soluções convincentes para se ultrapassar este fenómeno que a grassa diariamente (em todos sectores) o povo angolano, frustrando em particular a nossa juventude. E por isso, o seu Estado da Nação vende somente ilusões”, insistiu.

EMPRESARIADO NACIONAL
 
Sobre esta questão, o deputado da bancada parlamentar da UNITA alega, primeiramente, anuir com a ideia (do executivo) em potenciar angolanos com as riquezas que o país possui, no sentido de fortalecer o empresariado nacional.

“Mas não concordo que esta intenção, ou oportunidades, beneficie simplesmente algumas pessoas do ‘entourage’ do Presidente da República, ou seus familiares, como se tem assistido ultimamente”, enfatizou Muzemba, rematando que “a distribuição das riquezas do país deve ser para todos os angolanos e com transparecia. E desde que não seja sustentada pelo erário publico”.