Brasil - Num regime democrático sério é função  do governo e do Estado combaterem  a  corrupção, e entre os grandes objetivos  de um Estadista está em provar à sociedade que ele é parte do exército que combate este mal.


Fonte: NeloDeCarvalho/FACEBOOK
 

Não foi o que nos pareceu com o Presidente José Eduardo dos Santos no seu discurso de mensagem a nação. Ele  agora se empenha em defender a existência  de uma elite rica e poderosa, mas o presidente esqueceu-se que está deveria emergir  num ambiente  ético, legal, transparente em que as regras do jogo devem nivelar a todos os cidadãos, para que estes se encontrem na mesma arena em que a vitória e o êxito de cada um deles dependessem simplesmente do  mérito de cada um. São procedimentos cinicamente ignorados por quem fez o discurso, pelo governo que aí está e o partido no poder.


Outra coisa isso não poderia ser que não seja corrupção institucionalizada. Ou seja, é também a violação de certos princípios básicos que evitariam que a distribuição de riqueza e poder num país  não esteja acumulada deforma clientelista e patrimonialista em que, sempre,  e só os mais próximos ao poder  são beneficiados.


Corrupção institucional é desordem social   que surge  como resultado do caos em que o próprio Estado  é usado; caos provocado pelos trinta e oito anos de governação; este caos que o próprio governo e o presidente da república nunca  se  reconhecem como culpados; caos que não vê no mérito e na competência   um instrumento de reciclagem que a máquina do Estado tanto precisa e em que sua formalização se faz seguindo as regras da democracia.

 
A institucionalização da corrupção em Angola funciona da seguinte forma:


 a)      Com um Presidente que quando não faz vistas grossas ao fenômeno que nos assusta a todos,  sai  descaradamente em defesa da mesma com uma teoria africanista e do complexo do oprimido em que acusação  é sempre a ingerência imperialista ou ocidental ( este que vive usando oposições políticas para  derrubar governos que não os favoreces);

 

 b)      Funciona com a  perseguição e a diabolização aos críticos do governo e do estado, esquecendo-  se, o próprio presidente, que a crítica que  deveria  ter espaço nos meios públicos de comunicação é um  instrumento de mensuração aos atos administrativo para se quantificar  e qualificar o grau de   eficiência, quando este existe;

 

  c)       A própria institucionalização da corrupção está na manifestação na manifestação do ódio de  classe e política protagonizada pelos assessores, parentes e familiares, a turma dos privilegiados mais  próximos ao Presidente da República, quando todos estes sem o menor constrangimento possível,  sentenciam diante da opinião pública que os críticos do regime “morrem de inveja”, ou que são  simplesmente “invejosos  e  mal intencionados”. Uma forma arrogante e deverás prepotente de agir  que  se torna uma piada  de mau gosto para uma sociedade traumatizada com a miséria. E assim se descobre que  estamos diante de um Estado reacionário, que não defende simplesmente uma classe social, mas uma  quadrilha de delinquentes;

 

  d)      A institucionalização da corrupção está na maneira evasiva que o próprio Presidente, sem jeito  ( e a impressão que dá é a do sujeito sem caráter) protagoniza ao não saber encarar tal fato em todos  os seus discursos e entrevistas, já que a corrupção é hoje o maior problema do Estado Angolano.


Assim o discurso em defesa de uma elite rica  não tem nada de patriótico ou de africanista preservando  uma cultura autentica (divida para com os nossos antepassados); é uma mera prosa, que poderia caber ao  homem de  nível intelectual baixo e  iletrado, para justificar o que aí está: a proteção de um ninho composto de filhos, sobrinhos e genros.


O discurso é na verdade  uma pretensão de continuar a manter o país uma mina de privilégios  para poucos, e em que esses poucos são sempre os mesmos: aqueles que mais se esforçam  em aplaudir o Presidente da República.

 

Definitivamente,  isso não é democracia!