Luanda - O diário de um sargento do exército colonial em Angola no final do século 19 acaba de ser publicado em Lisboa oferecendo uma visão rara de Angola e do exército nos anos de 1890.

Fonte: VOA

O diário foi oferecido ao historiador Adriano Parreira por um bisneto do Sargento António Mascarenhas de Araújo que depois de ter estado envolvido numa rebelião em Moçambique foi “degradado” para o sul de Angola onde escreveu o seu diário.

Parreira, antigo embaixador de Angola em Genebra, descreveu o diário de “fascinante” pelas suas descrições não só da geografia e do exército e sociedade colonial, mas também pelos detalhes da flora e fauna na zona que hoje é o Lubango e o Namibe entre 1896 e 1898.

“É uma história fantástica de um individuo único,” disse o Dr. Parreira afirmando que o diário narra “ na intimidade a colónia portuguesa, mas sobretudo a colónia portuguesa militar no sul de Angola no seu estado psicológico” e também “questões sociológicas”.

“Também no aspecto histórico tem uma importância fundamental por ser de um rigor absoluto,” disse afirmando que o diário dá também pormenores significativos numa área da flora e da fauna”.

O diário teve que ser transcrito devido a um uso diferente da língua e gramatica embora a preocupação do historiador tenha a sido ! a de o manter tão integro quanto possível”.

“Diário de um Sargento” é antecido de uma “extensa introdução” e de um prefácio da presidente da Academia Portuguesa da História, Manuela Mendonça e é acompanhado de anotações

“As anotações (mais de 500) são importantes e são a alma do livro porque é ali que se dão as explicações de certas palavras já não usadas, de certos acontecimentos, certa referências,” disse o Parreira, que publicou também em Portugal um dicionário de Etnologia de Angola.