Luanda - Apesar do comunicado da Procuradoria Geral da República (PGR), ser omisso quanto à identidade e a que instituição do Estado pertencem os 4 detidos, o anúncio vem na sequência duma informação posta a circular pelo portal angolano Club-k.

Fonte: DW

O mesmo informa que um expediente investigativo levado a cabo pela direção nacional de investigação criminal teria concluído que o assassinato de Cassule e Kamulingue terá sido da autoria de alguns operativos dos Serviços de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE) que já estariam sob custódia da PGR e a serem intorrogados pelo Procurador -Geral João Maria de Sousa.


No documento, de oito pontos, a PGR "apela à serenidade da sociedade em geral e reafirma o seu total engajamento no completo esclarecimento dos factos, para a realização da justiça".


Entretanto, a deputada à Assembleia Nacional pela UNITA, o maior partido da oposição, Mihaela Weeba, fala de subversão de regras e princípios do Estado democrático e de direito praticados pelo regime do Presidente José Eduardo dos Santos.


A deputada da UNITA diz mesmo que chegou a hora dos partidos da oposição se unirem no sentido de se devolver a soberania ao titular do poder politico que é o povo.


A quem serve a secreta?

 

Mihaela Weeba questiona mesmo a quem serve a secreta angolana: "Os serviços secretos, sendo agentes do Estado estão comprometidos com a segurança do Estado, e a segurança do Estado é a segurança de todos nós. Não é a segurança do Presidente da República."

Sendo assim a deputada da UNITA critica a atuação do SINSE ao afirmar que "se aqueles cidadãos não representavam nenhuma ameaça para o Estado angolano, os serviços secretos não deveriam atuar como atuaram. Vê-se claramente que há subversão de regras e princípios."

Por outro lado, Mihaela Weeba lamenta o facto do Parlamento não poder interpelar o ministro do Interior, Angelo Viegas, e o director nacional dos serviços secretos de inteligência interna, Sebastiao Martins: "O ministro do Interior e a estrutura de direção do SINSE deveriam informar ao Parlamento o que de facto se passa. E como estruturas afectas ao Estado angolano devem preservar a segurança do Estado e não praticarem crimes hediondos."

Mas mesmo assim a deputada exige um esclarecimento por parte do Presidente da República em exercício. "Não havendo essa possibilidade, penso que o mais alto magistrado da nação, na sua ausência o vice-presidente, Manuel Vicente, deveria vir a público explicar os angolanos sobre essa situação."