Luanda - O Governador provincial de Luanda, Bento Francisco Bento, que é também o principal res- ponsável pelo secretariado lo- cal do MPLA, tem estado agastado com os «mujimbos» que circulam, sobretudo nas redes sociais, em como ele também estaria envolvido no possível assassinato dos activistas Isaías Cassule e Alves Ka- mulingue, de quem não se tinha notícias desde finais de Maio do ano passado, soube o Semanário Angolense de fontes que lhes são próximas.

Fontee: Semanário Angolense

O caso tomou novos desenvolvimentos depois que a PGR comunicou ao país que, na sequência de investigações das autoridades policiais, iniciadas ainda no ano passado, se apuraram indícios de que eles teriam sido raptados e provavelmente assassinados a posterior por pessoas alegadamente ligadas a órgãos securitários, sendo que as indagações prosseguem na busca do esclarecimento completo do caso, para a consequente responsabilização criminal dos seus autores.

 

O ministério público anunciou que quatro pessoas teriam sido detidas ao cabo da primeira fase das investigações. Nas informações veiculadas nas redes sociais sobre o assunto há algumas que associam surpreendentemente o nome de Bento Bento como partícipe do crime, algo interpretado em certos meios da so- ciedade angolana como uma autêntica especulação que visará apenas a maculação da boa imagem do homem.

 

Segundo as nossas fontes, as análises que estão a ser feitas ao redor dos factos tornados públicos apontam para a fal- ta de consistência dos dados, sugerindo mesmo que, por detrás da associação do nome de Bento Bento, esteja a mesma mão oculta que tem, nos últimos tempos, desenvolvido uma campanha que procu- ra, a todo o custo, manchar a imagem do governador de Luanda, com o objectivo supremo de forçar a sua eventual exone- ração deste cargo.

 

Os factos publicados não são apenas contraditórios, como, acima de tudo, pecam por defeito, uma vez que atribuem a Bento Bento acções que estão longe da sua competência na chefia do executivo de Luanda, como defendem ainda as nossas fontes.

 

«A actuação de Bento Bento no executivo luandense restringe-se ao campo político, algo que, à partida, descarta qualquer possibilidade do governador da província se ver envolvido nas acções que lhe estão, agora, a ser imputadas por fontes anónimas», sublinha um dos nossos interlocutores. «Tudo indica que se tratará de uma ca- bala que está a ser montada contra ele, que pode vir a transformá-lo numa espécie de bode expiatório de toda a celeuma levantada com o desaparecimento dos dois activistas», acrescenta.

«Bento Bento não é homem de se me- ter em coisas tão maldosas como as que lhe estão injustamente a pretender imputar», concluiu a nossa fonte, mas sem antes referir que a intriga, a calúnia e a infâmia só provocam a desunião e o ódio, atributos que não favorecem o desenvolvimento deste país ■