Luanda - Ao contrário das rebeliões anteriores, agora o porta-voz dos Serviços Prisionais, Menezes Cassoma, veio a público informar que três dos 22 feridos na rixa encontram-se em estado grave e a receber tratamento hospitalar.

Fonte: VOA

1236446_504714652941918_1208444916_n.jpgDos nove mortos, sete já foram identificados e sabe-se que a rixa começou depois de um grupo de reclusos ter ateado fogo aos colchões.

A Voz da América ouviu o activista cívico Nito Alves que esteve preso naquela comarca durante mais de 40 dias.

Para Alves a causa dos conflitos entre os reclusos é o controlo do mando da cadeia.

Uma situação que se agrava pelo facto de circular estupefaciente s e armas brancas dentro das casernas, além do excesso de lotação do estabelecimento: “estive preso na Comarca Central de Luanda e tivemos direito a diazepam, liamba fósforos, cigarros e quem pôe as coisas são os próprios policias que são corruptos autênticos; os nossos familiares dão dinheiro eles deixam entrar até facas e laminas” frisou.

A comarca comcapacidade para 500 reclusos, conta presentemente com mais de dois mil detidos.

Nito Alves afirma que não há o mínimo espaço naquela prisão: “há um grupo que manda e são maioritariamente aqueles que cometem grandes crimes fora”, acrescentando ainda que há uma grande lotação naquela cadeia.

Esta não é a primeira nem a segunda vez que há tumultos na Comarca Central de Luanda.

No passado dia 30 de outubro, uma rixa igualmente protagonizada por um grupo de detidos provocou 14 feridos, três dos quais em estado grave.

Em seguida, o antigo director da referida prisão e os seus colaboradores foram exonerados e entregues à PGR para a devida responsabilização criminal, no âmbito do inquérito instaurado a 26 de Agosto, depois da divulgação nas redes sociais de um vídeo em que efectivos dos Serviços Prisionais, Serviço de Protecção Civil e Bombeiros e agentes policiais aparecem a espancar, com bastões, murros e pontapés, detidos da Cadeia Central de Luanda.

Caso semelhante ocorreu em Setembro de 2012, igualmente denunciado nas redes sociais, através de imagens que retratavam a agressão de reclusos por efectivos prisionais no Estabelecimento Prisional de Viana, também em Luanda.