Lisboa - O Ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos viu-se sem sucesso ao tentar fazer chegar um cabaz ao Ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança da PR, general Hélder Manuel Vieira Dias “Kopelipa”.
Fonte: Club-k.net
Cotado entre os principais candidatos a sair do Governo, no âmbito da profunda remodelação ministerial que o Presidente da República deverá efectuar nos primeiros meses do próximo ano, o ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, tem vindo a desdobrar-se em iniciativas tendentes a conservar o cargo.
Às diligências verbais junto de altos dirigentes do MPLA, Botelho de Vasconcelos acrescentou, agora, uma poderosa arma: o aliciamento com bens materiais.
Por ocasião das festas alusivas ao Natal, o ministro dos Petróleos ordenou que fosse entregue ao chefe da Casa de Segurança do Presidente da República um cabaz. Chegados à residência do General Kopelipa, os emissários de Botelho de Vasconcelos foram confrontados com uma inflexível rejeição. Os guardas do chefe da Casa de Segurança do PR disseram não ter permissão para receber esse tipo de ofertas.
Depois de informado, Botelho de Vasconcelos ordenou que os emissários se mantivessem no local enquanto ele fazia diligências tendentes a convencer o General Kopelipa a aceitar a oferta. Mas ao fim de uns 20 minutos Botelho ordenou que os seus homens bastassem em retirada.
O General Kopelipa é o mais importante conselheiro do Presidente da República. A inusitada oferta de Botelho de Vasconcelos não é alheia aos insistentes rumores que dão como certo o seu afastamento do Governo.
No Ministério dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos é unanimemente descrito como um “predador voraz”. Ele tem interesses em praticamente todas as empresas que prestam serviço ao seu pelouro. É uma empresa dele que fornece os cabazes ao Ministério dos Petróleos.
Botelho de Vasconcelos é também descrito como um formidável adepto do nepotismo. Em todas as áreas do Ministério dos Petróleos despontam, em cargos de chefia, sobrinhos, enteados e até amigos dos sobrinhos do ministro. Nenhum deles passa pelo crivo do concurso público.
Depois de acumular patifarias atrás de patifarias, que já são seguramente do conhecimento do Presidente da República, o ministro dos Petróleos começa a sentir o chão a faltar-lhe aos pés. No mesmo dia em que viu a sua oferta rejeitada pela casa do General Kopelipa, Botelho de Vasconcelos foi bater outra porta. Mas também não foi bem sucedido. Rui Falcão Pinto de Andrade, governador do Namibe e influente membro do Bureau Político do MPLA, também não aceitou receber a "envenenada" oferta do ministro dos Petróleos.
“Se estivesse um pouco mais atento ao meio circundante, Botelho Vasconcelos já teria dado conta, há muito, que Falcão Pinto de Andrade não é um político que hipoteca a consciência a troco de um cabaz.”, referiu um observador atento.
De acordo com o observador “Um bocado de perspicácia teria também servido para "dizer" a Botelho Vasconcelos que o General Kopelipa, um dos mais poderosos empresários deste país, precisa muito mais do que de um cabaz para interceder a favor dele junto do Presidente da República.”