Lisboa – A saída de Lopo do Nascimento da vida política activa teria sido antes protelada por José Eduardo dos Santos que o convencerá a “ficar” mais um pouco, razão pelo qual o anuncio do abandono somente aconteceu nesta quinta-feira (23).

Fonte: Club-k.net

Lopo do Nascimento vinha desde o ano passado a ter encontros com o Presidente José Eduardo dos Santos, em que manifestara a vontade do abandono por questões de saúde. JES entretanto teria o convencido que aguarda-se, ao que o deputado considerou.

 

Porém, antes do natal de 2013, Lopo voltaria a ser novamente recebido, naquele que foi o ultimo encontro, em que o histórico do MPLA transmitiu a decisão definitiva que não poderia mais adiar e consequentemente sair do parlamento de que foi deputado durante vários anos. O líder angolano entretanto, respeitou a sua decisão.

 

Lopo,  71 anos de idade,  terá tomado esta decisão  definitiva   devido a necessidade das constantes deslocações ao exteriores do país para se tratar e que ultimamente o desaconselhavam a continuidade da vida política activa.

 

Tido como um dos mais populares dirigentes do MPLA, Lopo do Nascimento foi Primeiro Ministro do governo de transição formado em 1975, entre o governo português e os três principais movimentos de libertação de Angola, nomeadamente a UNITA, FNLA e o actual partido no poder.

 

Foi também Secretário Geral do partido, cargo em que teria saído em função de uma “engendragem” em que os delegados foram orientados a não votar em si. Era na altura visto como um potencial presidencial para Angola, depois de JES.

 

Lopo o favorito nas sondagens  para liderar a transição

 

Em 1992, o presidente José  Eduardo dos Santos concorreu as eleições presidências revestido nos  seus plenos  poderes de Estado.  Jonas Savimbi, o seu principal rival incomodava-se com o assunto  mas acabaria por aceitar  no seguimento de consensos políticos tendo em conta que a realidade do país  impunha um líder com plenos poderes.

 

Na altura,   uma equipa de  Brasileiros que assessoravam  o regime,  na sua manutenção do poder, considerava uma segunda hipótese (proposta a JES) que seria o mesmo  suspender a presidência  deixando para uma pessoa que segundo as suas sondagens dos brasileiros  reunia consenso de todos os lados políticos e com uma positiva  dimensão externa. A figura  era Lopo do Nascimento,  o então Secretário Geral do MPLA. A condição seria ser ele a preparar  o processo de transição  mas na  condição de  não poder ser também candidato presidencial para não tomar vantagem.

 

A proposta seria automaticamente  rejeita por  JES que não opinião dos seus colaboradores, na altura,  encarava a ideia como algo semelhante a um insólito  “golpe de estado”. Desde então, alimentou-se, no centro do regime,  ciúmes pelo consenso que Lopo estaria  a galvanizar interna e externamente passando a ser hostilizado e mais tarde  afastado das estruturas elevadas do MPLA.

 

Os encontros que ultimamente teve com o Presidente José Eduardo dos Santos foram visto como uma iniciativa de aproximação tendo em conta aos   antecedentes que se registaram  no passado em torno de ambos.