Cabinda - O Secretário Provincial da UNITA em Cabinda Estevão Pedro Neto, denunciou, na passada sexta-feira, 24, o desaparecimento de 10 por cento vindo das receitas petrolíferas, doado todos os anos pela empresa norte-americana, Chevron, à aquela província.

Fonte: Club-k.net


Segundo Estevão Neto, desde a saída de Aníbal Rocha, então governador da província de Cabinda, que a sociedade cabindense desconhece o paradeiro desta importante soma.


"Quando Aníbal Rocha era governador da Província de Cabinda a atribuição destes valores eram públicos. Havia uma revista que dava conta da entrega, e tínhamos conhecimento do destino dado a verbas, que eram projectos sociais".


O secretario da UNITA avança que, tão logo Aníbal Rocha abandona Cabinda, a revista não sou deixou de ser publicada, como o povo do enclave deixou de saber o destino que está a ser dado a este dinheiro.


"O próprio presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, quando esteve em Cabinda por altura da campanha eleitoral afirmou que este dinheiro deveria voltar a Cabinda. O estranho é que sabemos que a Chevron continua a honrar com a sua palavra, mas desconhecemos todos o destino dado a este dinheiro, uma vez que nem o executivo de Mawete João Baptista, nem da actual governadora, Aldina da Lomba, conseguem explicar o destino que é dado todos os anos a este dinheiro", assevera Estevao Pedro Neto.


O dirigente do Galo Negro acusou ainda, durante o encontro que manteve com o seu executivo que, perto de cinco mil alunos correm o risco de ficar fora do sistema de ensino neste ano lectivo em Cabinda.


"Queremos alertar ao Executivo, que o crescimento económico é ilusório, deficiente e disfuncional, porque convive com uma taxa de pobreza extrema superior a 70% e uma taxa de desemprego a rondar os 60%. Perguntamos se podem os pobres e desempregados gerar crescimento? Se em Cabinda, no presente ano lectivo mais de 5.000 alunos correm o risco de ficar fora do sistema de ensino, porque os poucos Institutos Médios aqui existentes, não têm capacidade de receber novos alunos", denuncia o político.


O político alerta ao executivo que será muito difícil vencer a pobreza e o desemprego, sem que se efectue de facto a descentralização e desconcentração administrativa.


"Angola não vai vencer o desafio da pobreza e do desemprego se não efectivar a descentralização e desconcentração administrativa prevista na constituição. Daí a razão de mais uma vez, dizer ao Executivo que é tão necessário quanto urgente a aprovação do pacote legislativo das Eleições Autárquicas, de modo a não defraudar novamente a vontade nacional com relação ao calendário para as eleições autárquicas que haviam sido acordadas em Conselho da República".


Estevão Pedro Neto que assumiu a liderança do partido dos maninhos no enclave, após as eleições de 2012, avança que luta do seu partido que traduz-se em colocar em primeiro lugar o angolano no centro das suas preocupações.


"O fundamento da nossa luta diária, traduz-se do ponto de vista prático no aforisma: 1º o Angolano, 2º o Angolano, 3º o Angolano, o Angolano sempre, que incide directamente, na satisfação das condições sociais básicas da vida das nossas populações, nomeadamente água para todos, luz eléctrica, saneamento básico, assistência médica e medicamentosa, redução da mortalidade materno-infantil, emprego para todos".


"Formação profissional para os jovens, programas de combate as drogas e grandes endemias, o acesso ao ensino superior sem adopção de critérios político-partidários, despartidarização da Administração Pública e da Comunicação Social, respeito pelas diferenças políticas e tolerância religiosa, e sobretudo o respeito pelos Direitos Humanos, que têm sido sistematicamente violados pelo regime", rematou.