Lisboa – Verificadas na atitude do Presidente José Eduardo dos Santos manifestação de abrandamento/ reconsideração em torno da situação do antigo Chefe do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE), Sebastião José Martins respeitante ao desfecho do caso Alves Kamulingue e Isaías Cassule, os dois activitas assassinados pelas autoridades angolanas.
Fonte: Club-k.net
Logo após a sua chegada dos Estados Unidos, onde tem a família, Sebastião Martins recebeu em sua casa a visita de um alto funcionário do gabinete presidencial, José Filipe, o Chefe do Cerimonial da Presidência da República.
O antigo patrão da secreta angolana, teria sido intimado a regressar ao país para estar a disposição dos órgãos judiciais que investigam o assassinato dos dois ativistas. Um grupo de ex- subordinados seus, incluindo o delegado do SINSE de Luanda, António Gamboa Vieira Lopes e agentes da investigação criminal (DNIC), foram detidos no passado dia 14 de Janeiro.
Distanciamento da ordem de execução
O alegado distanciamento da pessoa de Sebastião Martins na referida operação de execução dos dois activistas é, em meios de entendidos em matérias de segurança, sustentada pelos seguintes pontos a saber:
- Na altura das execuções encontrava-se fora do país em tratamento medico tendo, solicitado autorização de saída ao exterior ao Presidente da República.
- Foi ou é uma das pessoas que se procurou por fim a praticas de mortes levadas a cabo por elementos do aparelho de Segurança. Em Março de 2011, teria, após denuncia, travado a eliminação física de um antigo delegado da Segurança de Estado em Benguela, Pedro Gomes que estava a ser suspeito de ser o cérebro de uma associação de ex- militares e seguranças.
Sebastião Martins que dentro do regime passou a ter adversários da linha dos generais Manuel Vieira Dias “Kopelipa” e António José Maria esteve prestes a ser mantido sob custódia das autoridades judiciais. Paralelamente, os seus adversários internos moveram um plano secundário que visava apresenta-lo a justiça por crime de corrupção devido a um suposto “buraco” de salários não declarados na “folha de salário” do SINSE que correspondia ao ordenado de cerca de 3000 operativos ao qual os seus adversários internos alegam serem funcionários fantasmas.