O seu ponto de vista é o de que será sempre ele, pela natureza do cargo e pela longevidade do seu exercício, o dirigente que no futuro mais será julgado pela sua passagem pelo poder.

Os principais conselheiros de JES para os assuntos económico-financeiros são presentemente Ricardo Viegas de Abreu e Manuel Junior. R Viegas de Abreu, filho de um antigo quadro da Sonangol, é assessor presidencial e M Junior, actual ministro da Economia. R Viegas de Abreu, que coordena a comissão instaladora do Fundo Soberano, é dado como futuro presidente do mesmo.

JES coloca Fundo Soberano sob sua alçada

Elevam-se a cerca de 280 milhões de euros (e não a USD 77 milhões, como por lapso foi referido em AM 333) as perdas sofridas pela Sonangol devido à depreciação da sua participação accionista no Millenium BCP. O montante global dos prejuízos acumulados pelas aplicações financeiras de Angola no mercado internacional pela actual crise está quantificado, mas foram tomadas providências severas para restringir o seu conhecimento. Além das aplicações da Sonangol, estão referenciadas outras, também de fundos públicos, do BNA e BAI.

Há conhecimento em círculos da PR de desabafos de José Eduardo dos Santos (JES) segundo as quais as perdas registadas pelas referidas aplicações se devem não apenas a riscos inerentes de tais operações, incluindo conjunturas adversas, como também a decisões “insensatas” da equipa económico-financeira do anterior Governo, José Pedro de Morais-Aguinaldo Jaime, tendo sido esta uma das razões do seu afastamento.

É este um dos argumentos que JES invoca para justificar a pretensão de colocar sob sua dependência directa o futuro Fundo Soberano de Angola – ao qual caberá, conforme instituições similares de países árabes, cujo modelo copia, garantir/rentabilizar as reservas do país ou salvaguardá-las face a vicissitudes dos mercados e de ciclos financeiros internacionais.

Fonte: Africa Monitor