Luanda - O partido tem dedicado muito esforço e tempo à organização e funcionamento do Estado, através dos seus militantes que exercem funções nas instituições públicas, e muito menos tempo às questões relativas à vida interna do MPLA, constatou nesta sexta-feira, o seu Presidente, José Eduardo dos Santos. 


Fonte: Angop
Porém, José Eduardo dos Santos notou que as reuniões metodológicas anuais dos departamentos de Organização e Mobilização, de Administração e Finanças, e de Quadros, bem como as jornadas parlamentares da Bancada Parlamentar do MPLA, têm permitido superar algumas lacunas apontadas.

José Eduardo dos Santos, que discursava na abertura da VII sessão ordinária do MPLA, em Luanda, disse que também tem ajudado a melhorar o desempenho do partido, no seu todo, as reuniões do departamento para a Política Económica e Social, com os militantes que se ocupam das questões macroeconómicas do Estado.

Lembrou que em conformidade com os Estatutos, o MPLA deverá realizar este ano o seu Congresso ordinário, para discutir e aprovar, entre outros assuntos, a Moção de Estratégia do Líder que traçará as orientações e objectivos gerais para o desenvolvimento do partido, do Estado e da sociedade, incluindo a realização das próximas eleições gerais.

"Acontece, porém, que essas eleições só terão lugar em 2017 e fazer previsões sobre as mesmas em 2014 é muito cedo", pelo que os participantes ao encontro deverão decidir sobre a necessidade da realização de um outro Congresso em 2015 ou em 2016.

Secretariado do BP do MPLA tem sido lento na concretização das resoluções

O Secretariado do Bureau Político do MPLA, cuja tarefa essencial é estudar os assuntos através dos departamentos competentes especializados e preparar a agenda e as matérias para apreciação e decisão do Bureau Político e do presidente do partido, tem sido muito lento neste domínio, e pouco dinâmico no acompanhamento e concretização das resoluções.

Segundo José Eduardo dos Santos, na última reunião do Bureau Político do partido por si presidido concluiu-se que as estatísticas apresentadas pelo departamento de Organização e Mobilização continuam a não ser fiáveis, por variarem sempre para menos em relação ao número anterior de militantes e de comités de acção.

"Por outro lado, o organismo executivo central que conduz o movimento de revitalização das estruturas de base do partido não tem imprimido ao processo a orientação integradora e dinamizadora que os comités de acção devem assumir para assegurarem uma actividade concertada, no futuro, das comissões de moradores, das estruturas de vigilância comunitária a criar e de outros agentes que actuam em prol do bem-estar, da ordem e tranquilidade públicas das comunidades em que estão inseridas", disse.

Neste sentido, José Eduardo dos Santos informou que o Bureau Político recomendou o reajustamento dos métodos de trabalho e do programa de acção da comissão nacional do movimento de revitalização e a capacitação da área do Departamento de Organização e Mobilização, que se ocupa do registo electrónico dos dados do partido.

Outra constatação feita, segundo o presidente do partido governante, é que a supressão dos círculos de estudo, das candidaturas livres e da eleição directa dos primeiros secretários dos comités de acção do partido, arrefeceu ou quebrou o dinamismo da actividade das estruturas de base do MPLA, impondo-se agora reflectir se vale a pena ou não voltar à primeira forma.

"Essa perda de dinamismo do trabalho político e partidário e o diálogo insuficiente entre os dirigentes, responsáveis, quadros e as bases do Partido, e o povo de um modo geral, não permite manter viva e actualizada a mensagem sobre as intenções e realizações do MPLA, abrindo espaços vazios que são preenchidos, com algum impacto, com mentiras e calúnias dos seus detractores e adversários de má fé", sublinhou.

Participam na reunião, que termina ainda hoje, 268 membros do Comité Central dos 311 integrantes, havendo 10 vagas que serão preenchidas no decurso desta sessão.