Lisboa - Maria Mambo Café “Tchiyna”, que em 2012 completou 50 anos de ingresso no MPLA, foi uma das mulheres mais poderosas e influentes de Angola quer ao tempo do Presidente Agostinho Neto, quer na era do seu sucessor José Eduardo dos Santos de quem era muito amiga e costumava trata-lo pelo nome da guerrilha, “Joes”.
Fonte: Club-k.net
Originaria da aldeia de Subantando, na província de Cabinda, Maria Mambo Café é a que se destacaria ao ter partido para os Congos onde aderiu a guerrilha do MPLA. Em meados dos anos 80, um irmão seu, Luís Mambo Café, teria se juntando a UNITA, de que foi seu segundo comandante militar em Cabinda, para de seguida aderir a FLEC.
No Congo Leopoldville, Maria Mambo Café, fez parte do “inner circle” de Agostinho Neto, de quem foi Secretária de Gabinete. Na altura, ela era também a secretária da OMA, naquele país e estava noiva do lendário comandante Hoji Ya Henda. Nos tempos livres emprestava a sua voz como vocalista de uma banda musical “Conjunto Nzagi”, da qual faziam parte José Eduardo dos Santos (composição, voz e viola) Brito Sozinho (voz), Loy (voz e composição), Mário Santiago, Faísca (viola), e Biguá (voz).
Mambo Café ganhou uma bolsa de estudos, o que lhe habilitou a se licenciar em económica na antiga União Soviética. Terminado o curso em 1968, regressou para Brazzaville e integrou o grupo que entrou em território angolano, na área onde a guerrilha do MPLA, operava, concretamente na Zona C da III Região Político-Militar em Cabinda. Nesta zona, trabalhou como professora e Directora Adjunta do Centro de Integração Regional.
Ao confrontar-se com o desaparecimento físico do ex- noivo Hoji Ya Henda, logo após regressar da então União Soviética, ela viria a conhecer um outro guerrilheiro baseado em Belize, António França “Ndalu” que se tornaria esposa. (Divorciaram-se mais tarde)
A dirigente fez parte da primeira delegação do MPLA, no exílio chefiada pelo veterano Lúcio Lara que chegou a Luanda a 08 de Novembro de 1974. No ano a seguir, logo após a proclamação da independência nacional, a 11 de Novembro de 1975, Maria Mambo Café seria chamada para desempenhar várias funções na esfera do seu partido e no Estado.
Seu primeiro emprego foi como administradora do Instituto de Crédito para depois ser nomeada Vice-Ministra do Comércio Interno, cargo que permaneceu até Dezembro de 1978.
Em Janeiro de 1986, Maria Mambo Café foi nomeada para o cargo de Ministro de Estado para a Esfera Económico-Social. Porém passado dois anos, isso em Janeiro de 1988, ela seria demitida. A época, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos por via do Decreto Presidencial n.º 1/88 determinou que, enquanto não fosse provido o referido cargo, as questões inerentes à esfera de acção do Ministro de Estado para a Esfera Económico-Social, seriam tratados directamente pelo Chefe do Governo.
Passados dois anos, ela foi nomeada governadora de Cabinda, sua terra natal mas acabaria por deixar o posto no mesmo ano.
A nível do partido, Maria Mambo Café participou em todos congressos e conferencias. Foi no congresso de 1985 que ela passaria, Membro Suplente do Bureau Político do Comité Central do MPLA-Partido do Trabalho. Foi deputada a Assembleia Nacional após as primeiras e segundas eleições em Angola.
Foi das poucas ou a única do BP do partido no poder que não entrou para o parlamento após as eleições de 2012. A decisão deveu-se ao seu estado de saúde que a levava a ausentar-se constantemente. (Há alguns anos atrás foi lhe diagnosticado um câncer na mama)
Negócios
De entre os negócios, ou actividade empresarial, Maria Mambo Café foi até a data da sua morte, a Presidente da Assembleia Geral da Gassit, e do Banco Comercio e Industria (BCI).