Luanda - A Rádio Despertar comercial, segundo registos oficiais, é uma das emissoras de direito privado angolano, onde o Partido governante tem muitas dificuldades em penetrar.

 Fonte: Club-k.net

No ar há 07 anos (26 de Dezembro de 2006), a Despertar tem os seus estúdios centrais na rua do Kalumbo, Município de Viana em Luanda, com uma emissão de apenas 18 horas diárias, conta com programação diversificada que atende as necessidade do seu exigente público de Luanda e recentemente de todo o mundo através do seu sítio na internet.

 

A voz da sociedade como ficou conhecida, é, resultado de um dos vários acordos rubricados durante a guerra civil que opôs o MPLA e a UNITA. Porém, a Despertar é o ressurgimento da “VORGAN” antiga emissora do galo negro e que foi transformada em rádio comercial em nome de uma empresa denominada Academia Politécnica, tendo em atenção ao imperativo legal o qual os Partidos Políticos não podem ser detentores de rádios e televões.

 

Esta academia, é representada, em termos de registo oficial, pelos Políticos Abel Chivucuvuco, agora Presidente da CASA-CE e o Deputado da UNITA Adalberto Costa Junior, um dos vice presidente da Assembleia Nacional e muito próximo à Isaias Samakuva que segundo algumas vozes, é também um dos gestores dos negócios deste.

 

Com os problemas que Abel teve na UNITA e que motivaram a sua saída, a única voz presente desta academia passou a ser de Adalberto Costa que igualmente liderou o Conselho de Administração da própria rádio até princípios de 2013, portanto, um período de mais de cinco anos, e, pelo que nos consta, durante este mesmo período não foram registadas melhorias em nenhum sector da Rádio, senão a deterioração de equipamentos técnicos, como o sistema de transmissão de dados da redação para os estúdios sem necessidade de carregar dispositivos, sistema deixado pelo Alexandre Solombe.

 

Persiste hoje por exemplo, a falta de um refeitório próprio, o que faz com que as refeições sejam feitas numa barroca sem porta sequer, que é oferta do Engenheiro

e Professor Chamiça, coordenador do centro emissor. Outro problema que incompreensivelmente não se resolve é o de ausência de uma sala de espera para àqueles que procuram quer os serviços como os profissionais da casa.

 

DA POBREZA IMPOSTA PELO PATRÃO:

 

Neste capítulo, a despertar, segundo reiteradas reclamações dos seus funcionários e de ouvintes assíduos, é a pior do mercado. Senão vejamos:

A Redação deste órgão que tanto se fala funciona com um único computador operacional, um na área de sonorização, na sala de emissão, esta última onde não se consegue trabalhar em condições, pois, registos sonoros, músicas e efeitos são colocados num único computador. A isso se acrescenta outras dificuldades de índole técnico que segundo trabalhadores e entendedores da matéria que acompanham as emissões não se percebe porque, avançam, uma Rádio como a Despertar é inconcebível que não tenha no mínimo um carro montado à Cabine móvel como acontece nas outras rádios do País, o que dificulta a audibilidade dos directos e não possui sequer aparelhos de gravação modernos.

 

Para justificar o propósito destas dificuldades questiona-se também o facto de a Rádio estar a transmitir conferências de imprensa do Presidente da UNITA Partido que apadrinhou o processo de sua legalização, ao telemóvel e ninguém da Direcção deste questiona e se esforça a fazer algo para resolver o problema.

 

A demais, os repórteres vão a estes directos de táxi ou mesmo de moto táxi, já que os dois carritos sem equipamento técnico que a rádio possui, servem mais a administração do que o sector de reportagem. Daí o questionamento da opinião pública: Será que a UNITA não consegue comprar carros e equipa-los com a tecnologia recomendável para um serviço a altura?

 

A par destas dificuldades, a despertar enfrenta outra, a que preocupa não só os trabalhadores mas o vasto auditório de Luanda que não consegue acompanhar bem os seus serviços por causa da péssima qualidade sonora. Diga-se, o sinal não chega em zonas como Zango 4, Sambizanga, Rangel, Baixa, Samba e outras sitas em Luanda...

Informações a que se  teve acesso dizem que o sinal da Despertar piorou depois de o Governo angolano através do INACON ter baixado o seu alcance por alegada invasão à áreas alheias das rádios Bengo e Uíge.

A mesma fonte acrescenta que a par disso, o centro emissor, inicialmente funcionou com cinco antenas, mas agora funciona com apenas duas, pois, três se encontram avariadas por falta de manutenção. Isto, reforça a fonte, é o principal motivo da fraca qualidade da Despertar em Luanda e que os dirigentes máximos da Rádio não conseguem resolver por causa dos “trocos” que recebem do MPLA que no fundo lhe interessa manter o sinal restrito a certas zonas de Luanda em detrimento das restantes. Esta situação ganha mais azos, pelo facto de há 05 ou mesmo 06 anos, as Direcções da Rádio receberam sempre promessas de Adalberto Costa Júnior através das quais «as peças em faltam teriam sido encomendas e a qualquer momento estariam no País».

 

 Sabe-se  que problemas como o da internet, queda da corrente eléctrica, estavam a ser resolvidos paulatinamente pelo ex. director, Zito Calhas o que deixou furiosos muitos destes “comerciantes” e que tudo fizeram depois da morte do Calhas para colocar na direcção da rádio alguém do seu domínio, como são os casos de Emanuel Malaquias e Queiroz Chiluvia, dois indivíduos que do ponto de vista técnico são débeis e que dificilmente despacharão directamente com o Samakuva sem passar por eles.

 

Estes dois, ascenderam à Director e director adjunto respectivamente por causa de influência de Adalberto Costa Júnior e Africano Cangombe, dois nomes afastados do Conselho de Administração da rádio, logo após a nomeação do malogrado Calhas mas que voltaram a dar cara depois da sua morte com a nomeação da nova direcção facilmente malhável para manter vivos alguns interesses.

 

Sacrificados na fita, são os jornalistas que mesmo com as dificuldades impostas pelo MPLA em colaboração com alguns membros da UNITA e com responsabilidades na gestão da rádio, tudo fazem para prestar um serviço digno e procurado pelo faminto público de Luanda.

 

De resto, a critica à má qualidade do sinal da despertar e a falta de condições básicas para o serviço de rádio, é tão pública que no coloquio realizado pela própria rádio em alusão aos sete anos de sua existência, muitos ouvintes criticaram-na e pediram a respectiva direcção que criasse uma conta bancária para que estes depositassem dinheiro para resolver o problema já que a UNITA e a academia politécnica não têm 20 ou pouco mais para repor as três antenas avariadas e comprar um carro para servir de cabine móvel ou computadores com skip para as reportagens em directo.

Outra evidencia de que a rádio é centro de fortes interesses prende-se com o anunciado regresso de Africano Cangombe a direcção da radio, um nome fortemente contestado aquando da sua estadia como administrador delegado, pela forma leviana

 

como arranja intrigas entre os trabalhadores. Aliás, Cangombe é visto como “ponta de lance” de uma figura incontornável da academia politécnica e que a ele se reputa toda responsabilidade do actual quadro caótico dos serviços da despertar, mormente, a sua qualidade sonora e a escassez de meios de trabalho.