Lisboa - Quando eu penso em Angola sonho, com verdade, preocupação e amor, no bem estar de todos os angolanos, sem exceções!... Sonho com uma Angola genuinamente pluralista, livre de preconceitos e multi-racial... onde se vive e respira uma real e sincera liberdade responsável, produtividade equilibrada para o consumo próprio nacional e para exportações de produtos angolanos de qualidade; progresso, paz concreta, com grande justiça social e, sobretudo, com uma verdadeira democracia livre ou isenta de qualquer teia de corrupção, espancamentos, torturas, assassinatos por parte de agentes de segurança e de polícias; de limites às liberdades de reunião, de associação, de expressão e de imprensa e impunidade... privações arbitrárias ou ilegais, condições adversas nas cadeias, prisões e detenções arbitrárias, prisões preventivas excessivas, infrações sobre a privacidade dos cidadãos, despejos forçados sem a devida indemnização ou reabilitação habitacional das pessoas, restrições às organizações não-governamentais, discriminação e violência contra as mulheres, abuso de crianças, tráfico de pessoas, limites aos direitos dos trabalhadores e trabalho forçado... enfim, uma Angola livre ou liberta de tudo isso e que viva e respeite os Direitos Humanos!!!

Fonte: Club-k.net

Penso, por isso, nas várias reformas urgentes de que Angola tanto precisa de pensar e efectuar com vista aos próximos 100 anos, em todos os sectores e a todos os níveis!!... Aproveitando, de forma harmoniosa e equilibrada todas a potencialidades e riquezas do subsolo que esta mesma Angola contém; o seu grande território marítimo e capacidades humanas... investindo no Homem angolano!!

Entretanto, continuando a olhar e a observar esta nossa amada terra com carinho, respeito, imparcialidade, amor e pormenor dou-me conta de seis(6) importantes factos que devem acontecer no nosso país por forma a encaminharmo-nos com grande êxito para o equilíbrio social, justiça, trabalho, progresso, verdadeira democracia e qualidade de vida disponível para todos!!...

Eis, por conseguinte, na minha sincera opinião, os factos que devem acontecer ou ocorrer em Angola:

1- Fim pacífico, determinado e claro, com grande vontade política e social, através da não violência (com a ajuda das forças armadas angolanas - FAA - e a colaboração direta dos partidos da oposição e de todo o povo unido) do mandato ou regime de JES... com grande estratégia previamente estudada, para pôr fim ao regime que vigora em Angola, depondo ou destronando o Presidente e toda a sua rede parcial de influência;

2- Assegurar, sem restrições, a vida do Presidente da República deposto, tal como toda a sua família;

3- Congelar os bens (pedindo ou negociando a nível internacional) e todas as contas bancárias (do Presidente) no estrangeiro, incluindo contas diretas de toda a sua família, sobretudo, da sua filha Isabel dos Santos e de pessoas próximas ao presidente JES;

4- Formar um Governo de União ou de Unidade Nacional entre toda a Oposição e sem deixar de fora elementos da ala mais liberal/democrática do MPLA, para que incluam a realização de uma Frente de Salvação Nacional que assegure todos os compromissos e funções normais do Estado angolano (nacionais e internacionais) e que ao mesmo tempo prepare o país para criar condições e ambiente para a realização de novas eleições livres, justas, transparentes e que tenham tido, anteriormente, uma campanha eleitoral, igualmente, justa e equitativa em termos de tempo de antena bem distribuído e disponibilizado por igual, para todas as forças políticas, na informação pública baseada na verdade dos factos com uma televisão (pública) que seja, definitivamente, imparcial, que saiba dar tempo de antena a todos os partidos políticos (por igual), promovendo debates, encontros, conferências, etc... onde se respire liberdade de expressão com uma informação geral excelente e precisa, quer a nível nacional, quer a nível internacional de forma imparcial e justa!!...

5- Deve ficar acordado, em agenda, que todos os partidos saídos da formação do Governo de Unidade Nacional para a Frente de Salvação de Angola devem fazer, com tempo necessário e preciso, uma reforma na Constituição angolana, no que diz respeito à forma como se escolherá, democraticamente e, para o futuro, todos os novos Presidentes da República de Angola: com voto direto do povo!!!... (Até agora, como sabem, isso não acontece).

6- Após um período previamente acordado entre todos e estabelecido para a Campanha Eleitoral partidária (que se quer bem alegre, pela não violência, bem movimentada, com muitos bons projetos e reais propostas partidárias apresentadas ao povo...) realizar, finalmente, as Novas Eleições livres e democráticas para a escolha do novo Presidente da República de Angola, com observadores internacionais no terreno durante essas mesmas eleições!!...

Depois disto... os angolanos(as) devem viver uma vida com e de liberdade/responsável, espírito de sacrifício, muita assiduidade no trabalho e sobretudo, com grande método, empenho e genuíno amor por Angola!!!

Como tenho dito, o grande desafio de Angola é receber a modernidade de braços abertos, com excelentes escolhas, democraticamente, e com visão futura equilibrada (pensando no meio ambiente o mais despoluído possível); com justiça, rumo à aplicação prática da verdadeira democracia e sem jamais esquecer:

a) - a grande importância da instrução ou dos estudos de e para todos os angolanos(as)

b) - as impreteríveis e grandes reformas nos vários sectores sociais (agricultura/pescas, industria e serviços); na saúde, nos transportes públicos, no turismo, no ensino, na habitação, na formação profissional, no desporto, etc..

c) - a qualidade de vida (que é muito mais importante do que o nível de vida)

d) - as gentes de Angola mais simples ou pobres... dando-lhes casas condignas para viver, com eletricidade, água potável, luz... sabendo ao mesmo tempo manter e fomentar as suas tradições e as suas origens; o passado que formou o presente com sacrifícios vários, que criou e cria lastros para um futuro justo, bem mais Humano e de verdadeiro progresso equilibrado!!

Contudo, a oposição angolana somente conseguirá o fim do regime de JES quando se unir de forma coesa, forte, sincera, responsável, em sintonia uns com os outros e com método; com um projecto viável e objetivos claros para o bem comum... através de atitudes verdadeiramente democráticas entre todos (na própria Oposição) com vista a acabarem, definitivamente, com o regime endocolonialista, opressor, corrupto, dissimulado, parcial, injusto, elitista e déspota de JES... todavia, isso só acontecerá, de facto e na prática, quando toda a Oposição angolana (incluindo as FAA) puser os interesses nacionais acima ou à frente dos seus interesses pessoais e partidários!!!...

A verdade é que não basta, apenas, acabar com a corrupção no nosso país... é preciso muito mais do que isso:

- a coragem de sermos genuinamente democráticos, de nos ultrapassarmos sem egoísmos e dialogarmos abertamente com total sinceridade;

- de fazermos todos, sem excepção, a purificação da memória (o nosso passado partidário não foi imaculado para nenhum dos partidos, sobretudo, para o MPLA);

- de nos instruirmos com qualidade, da melhor forma e o bastante;

- de sermos sempre capazes duma sincera auto-crítica construtiva...

- de sermos individual e positivamente exigentes para connosco, ainda que tolerantes para com os outros;

- de amar Angola acima de tudo e, sobretudo, sermos grandes trabalhadores responsáveis e assíduos... porque quanto mais liberdade se quer, mais responsabilidade se exige, positivamente, de um povo, para que as coisas funcionem em todos os sentidos...

- finalmente, a importância de sermos autênticos obreiros da paz bloqueando, completamente, todo o mal nocivo destruidor!!!

O exemplo de mudança que proponho de e para Angola é de Paz, com grande determinação, coordenação ou sintonia de ideias (também novas) e entre todos... sempre pela não violência e com grande vontade de todo o povo unido.

É uma proposta viável e diferente das "Primaveras Árabes" ou do que aconteceu, recentemente, com a Ucrânia, na Europa... Nossa mudança não pode nem deve ser violenta, sem mortos (já tivemos que chegassem e em grande número no passado), e deve ser vigiada por todos os angolanos!!!

Saibamos unir os corações e respeitarmo-nos entre todas as diferenças que compõem e enriquecem o nosso povo e a nossa cultura angolana que é vasta; e darmos todos as mãos, bem fortes, independentemente da raça, do partido político, da etnia, da religião, do sexo, da idade, da cor da pele, do status social, da orientação sexual, do gosto musical, do ser rico ou pobre!!... Importa construirmos uma Angola genuinamente livre de preconceitos, auto-suficiente, exemplar e de paz a nível nacional/regional (no contexto africano e do hemisfério sul) e que seja, efetivamente, uma Angola multi-racial. Onde todo o angolano(a) vem em primeiro lugar e, logo a seguir, quem ama e respeita, verdadeiramente, Angola!!!

- Por, Luís Carlos Matos -

(Pseudónimo: Ngola Ntima)