Luanda - Quem são os responsaveis pelo fracasso do nosso futebol? Sobretudo do Petro de Luanda e do 1o de Agosto? São os técnicos, respondem assim a maioria de nós, nos debates, nos nossos bairros. Ocupar o cargo de treinador para estes dois emblemas é um emprego temporário para um ou dois anos.

Fonte: Club-k.net

Basta recorrer às estatisticas de quantos técnicos estes clubes já contrataram nos últimos cinco anos. Qual é a média de tempo que permaneceram e quantos titulos conseguiram?

- Vamos nos limitar nestes dois clubes, diferente do Kabuscorp que tem o patrocinio do seu dono, ambos e muitos outros clubes têm uma característica em comum: são patrocinados directa ou indirectamente pela Sonangol, FAA ou outros entes públicos - salvo algumas excepções de uns poucos clubes cujo patrocínio é privado – o 1o de Agosto e o Petro Atlético de Luanda têm dos maiores orçamentos ao nível do Girabola, mas o objectivo principal que é a conquista do título não é alcançado, há vários anos; a situação agrava-se pelo facto de nenhuma destas equipas erguer pelo menos uma vez um título africano, tornando-as em autênticos cemitérios de treinadores. Tudo por culpa de quem?

- Serão os técnicos, os principais culpados dos fracassos? A primeira causa esta no estilo de gestão a que estes clubes estão sujeitos, fechado, liderada por um grupo restrito, sem transparência na gestão, nas contratações dos jogadores, dos treinadores e as suas cláusulas. Por isso é que assistimos a equipas que numa só temporada adquirem mais de nove jogadores numa só temporada, mas sem sucesso.

- Os dirigentes dos clubes, aliados aos factores já mencionados acima, cedo descobriram um fantasma, em que as pessoas facilmente acreditam, para justificar os insucessos dos clubes, que são os treinadores. Culpar os tècnicos é mais fácil que culpar uma direcção, e esta crença esta ocupando lugar nas nossas mentes, e é aí que começa a dança da mudança dos treinadores. Como não sabemos quanto é que se movimenta na contratação destes técnicos, imaginemos que o contrato esteja estipulado em 300.000,00 U$D, como o tecnico precisa deste emprego, se lhe disserem que ser- lhe-ão entregues estes valores, mas no contrato constarão 500.000,00 U$D, claro que o técnico aceitará e onde é que irá a diferença?

- Agora imagina que durante mais de 5 anos, cinco técnicos competentes que são, sem deixarem concluir os seus projectos a médio prazo, mas por malabarisse e chicospertismo dos dirigentes são despedidos, usando a tatica da diferença, quanto é que usurpariam do clube? É básico, são 1.000.000,00 U$D, que serviriam para outros projectos, capazes de alavancar os clubes, e o futebol nacional. Onde é que vai este dinheiro? Nos bolsos dos dirigentes. E quem são os culpados do fracasso? Já sabemos, é assim que começa a dança dos treinadores.

Com isto agora se entende como é que dois técnicos que foram dispensados nos clubes foram depois contratados para dirigir a seleção de Angola e da Servia uma seleção da Europa. Será que estes tecnicos não tinham a compentência de levar um clube distante? Ou o ciclo da dança é de dois anos, senão a máquina não factura? Se estas duas equipas são cemitério dos treinadores, nós sabemos quem são os couveiros, que ao contrário dos reias, estes alegram – se pelo enterro injusto dos outros. Para que tenhamos um

Futebol capaz de desafiar a África tem que pensar também no dirigismo desportivo.