Luanda - “Se o desonesto soubesse a vantagem de ser honesto, ele seria honesto ao menos por desonestidade”.- Twitter anonimo.

Fonte: Club-k.net

O QUE Ė A HONESTIDADE

Quando infante aprendi uma verdade simples e irrefutável, quem não cumpre com a sua palavra não ė honesto, quem não tem uma vida ‘retilínea’, transparente que produz bem-estar para ele próprio e para os que o rodeiam, não ė honesto categoricamente, honestidade também ė sinonimo de lealdade e justiça. Honestidade, ė o maior valor que os pais podem-devem transmitir aos filhos, ė a bitola para classificar o ser humano.

Honestidade, é a qualidade de ser verdadeiro; não mentir, não fraudar, não enganar. A honestidade é a HONRA, uma qualidade da pessoa, ou de uma instituição, significa falar a verdade, não omitir, não dissimular.

O indivíduo que é honesto repudia definitivamente a malandragem a esperteza de querer levar vantagem em tudo, honestidade busca não a sua própria vantagem mas das pessoas que rodeia o praticante.

Honestidade, de maneira explícita, é a obediência incondicional às regras morais existentes. Para muitos, a pessoa honesta é aquela que não mente, não furta, não rouba, vive uma vida honesta para ter alegria, paz, respeito dos outros e boas amizades. Atualmente, o conceito de honestidade está meio deturpado, uma vez que os indivíduos que agem corretamente são chamados de "parvinho", ou são humilhados por outros.

Por isso a desonestidade campeia nos dias de hoje, vemos pessoas (dirigentes/ governantes, intelectuais, lideres sociais, políticos, lideres religiosos, celebridades etc.) que deveriam ser exemplo de probidade e decência a agirem linearmente oposto ao significado do termo, assim ė que, ser honesto, causa profunda estranheza ao meio, “este individuo pensa que ele ė o que?” perguntam-se, referindo-se a alguém que se esforça a não ser ‘malandro’, tratando imediatamente de ‘armadilhar’ a sua existência e futuro. Nos dias de hoje, “inventou-se” uma esperteza para procriar a malandragem; “Honestidade intelectual”.

DESONESTIDADE INTELECTUAL.

De há uns tempos a essa parte, oiço de vez em quando, este termo, o que me dá entender que a “desonestidade” esta propositadamente escalonada, para camuflar sentimentos e práticas espinhosas e obscuras, ou que pode ser praticada “impune” por uma determinada classe de indivíduos em determinadas ocasiões “por eles” definidas...

Ao ler a dissertação do célebre, professor doutor, sociólogo Paulo de Carvalho, entendi repentinamente toda a engrenagem do significado, captei a dimensão (profundidade e largura) do termo, quando o sapientíssimo intelectual, acusou o activista social, Rafael Marques de ser ou praticar a “desonestidade intelectual”...

Paulo de Carvalho, apodou-se ele próprio, de apóstolo da “honestidade intelectual” como o foi Joseph Goebbels, um ilusionista nato, o autor intelectual da “honestidade intelectual.” Ministro da propaganda da Alemanha Nazi, Goebbels era dos poucos intelectuais com formação “segura” no ‘inner-circle’ de Hitler, PhD pela universidade de Heidelberg em 1921, porém um dos seus primeiros actos como governante, foi mandar queimar toda a literatura intelectual-cientifica sob o pretexto de que, os referidos autores e conteúdo não eram “intelectualmente honestos” para com os ideais do partido nazi. Goebbels, utilizou com muito êxito, técnicas de propaganda naltura inovadoras, para preparar o povo alemão para a guerra e o extermínio maciço dos judeus, Goebbels foi o “inventor” da referida máxima; “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”.

Goebbels e seus discípulos ou apóstolos, artífices na dissimulação e praticantes refinados da ‘malandragem’ isto ė, da MENTIRA (subversão da verdade) nunca estão dispostos a ‘ouvir’ opinião contraria, estão seguros de que eles são exclusivos detentores da ‘verdade’ (distorcida), para ‘justificar’ as suas praticas e objectivos.

Por exemplo JES mandou erigir a centralidade do Kilamba, para os “Goebbels” da actualidade, Todos os angolanos deveriam sentir-se gratos e deixarem de questionar a conduta de JES, pois se o fizerem, “são ingratos... não são honestos intelectualmente...”

Ser “honesto intelectualmente” ė corroborar incondicionalmente com todas as acções do “Zecutivo”. Ora pensando assim, a luta armada de libertação nacional, pela qual a maior parte dos então, intelectuais angolanos integraram e ‘recomendaram’ aos demais compatriotas, baseou-se na “desonestidade intelectual”... Pois a administração colonial fez obras magnificentes que até hoje, servem de base a actual administração e que esta ultima tem serias dificuldades de igualar e superar.

JESUS CRISTO HONESTO INTELECTUALMENTE?

Jesus Cristo, “desmontou” com objetividade e “sem papas” na língua, a ‘esperteza’ dos governantes judaicos dos seus dias, nunca recomendou os seus seguidores a imitar os referidos governantes. Algures no registo bíblico, palestrando com os dirigentes judaicos, disse:

“Vós sois filhos do vosso pai, o diabo, porque ele nunca praticou a verdade, quando fala e usa a mentira ele faz o que lhe ė característico, pois não se firmou na VERDADE desde o principio, ė o pai da mentira e Assassino... “ (Tradução livre).

Seguramente os barbudos professores-doutores da lei judaica (todos eles com idade de ser pai carnal de Jesus), devem ter classificado a afirmação de Jesus como INGRATA, blasfémia e tremendamente insultuosa, quer dizer “desonesto intelectualmente”, pois como dirigentes religiosos, “alguma” coisa fizeram para manterem a unidade espiritual e tradicional do povo (desde a perca da Independência da nação em 604 AEC), naquela difícil era sob o colonialismo romano, como dirigentes administrativos, fizeram muitas obras em prol do povo em nome de Deus, o próprio Jesus e os seus discípulos, não deixaram de admirar (por exemplo) a arquitectura do sumptuoso templo em Jerusalém (que já não era o original, o de Salomão) e cuidavam da manutenção da ordem e a tranquilidade social/urbana, para o bem-estar do povo.

Bem, na verdade Jesus Cristo deu a sua vida pela verdade, preferiu uma vida HONESTA do que a tal ‘esperteza’ classificação de; “intelectualmente honesto.” Tal ė uma refinada farsa e incentivo para praticar a corrupção e causar sofrimento (desnecessário) a milhões de pessoas inocentes.

Amar o próximo, não implica necessariamente amar o opressor, “amar o inimigo” não significa necessariamente conviver com o opressor, ou praticar os “seus ideais.”

HONESTIDADE, (pura e simples, sem dogmas), significa expor toda a mentira e combate- la com toda a sua alma e energia, ainda que tal signifique perder a vida. Os Goebbels da actualidade, não percebem, não conseguem “encaixar” tal erudição... Rafael Marques de Morais, quando iniciou a carreira de activista social, soube antecipadamente que tal carreira pode-lhe custar a vida...

O facto de assegurarem que RM deve a sua vida ao regime vigente (Ė isto honestidade intelectual?!), por não o terem ‘liquidado’, tal só prova que em Angola, não impera a democracia.

“Praticar a Honestidade ė amar a vida” – Provérbio popular

Honestidade, amor e perdão

As palavras de Cristo estão relacionadas à paz interior. Relacionamentos honestos reproduzem os dogmas pregados pelos sermões de nossa própria alma, de dentro para fora. É certo, porém, que através do contato com os outros, desvendamos verdades outrora invisíveis, que a princípio, são dogmas, mas não devem nortear nossas vidas. Os dogmas que exigem da gente um desgaste excessivo de energia e tempo para compreendê-los e praticá-los, não devem se tornar nossos mestres. Amor e perdão são os ensinamentos básicos de Jesus, e, certamente, falar deles não é tão simples. Praticá-los também não é tarefa simples. Perdoar é algo tão abstrato que só podemos sentir, por mais que se diga e se abrace o algoz. Acredito que a paz das pessoas está relacionada muito ao ato de perdoar os algozes do passado, sendo a partir daí, que se deve ocorrer a expulsão dos demônios de nossas mentes. O perdão não quer dizer que o algoz deva fazer parte novamente de nossas vidas, do nosso cotidiano. É honesto que os afastemos, os algozes, desde que assim o seja com o amor pregado por Jesus e não a partir de atos estúpidos requintados de humilhação. Os demônios são espertos, e só se vão quando são expostos na berlinda do nosso coração.

Augusto Vicente