Benguela  - Este é um assunto delicado/melindroso é fundamental que se faça uma análise crítica desapaixonada. Livros, artigos de opinião, documentos, documentários, filmes ... proliferam por aí sobre a temática em causa. Contudo o último acontecimento de “espionagem”, impõe-nos que em breve palavras façamos um exercício do nosso miúdo cérebro.

Fonte: Club-k.net

Antecipadamente aconselhamos a não entrarem em pânico,“ ninguém está totalmente seguro e nós todos somos alvos fácies a abater (membros da sociedade civil, da oposição e do partido no poder) ”, partindo desta premissa, algumas vezes o exercício de cidadania é apenas um artifício para fins pessoais ou inconfessos, outras vezes desinteressada e com pendor patriótico. Ao longo da história da humanidade os movimentos de lutas pro ou contra regime sempre cometeram/viveram situações arrepiantes, a boa gestão da informação foi uma estratégia ou uma arma mortífera para antecipar realizações, acções e reacções. Eliminavam-se os infiltrados/inimigos eficazmente ou neutralizavam-se actos de subversão/revolução que perigassem “os interesses do poder”.

O controlo da informação não é um trabalho amador, é uma tarefa profissional são necessários ataques, suborno, sequestros, desvios, milhões, crimes, ilegalidades. Não é fácil dominar a informação, a própria CIA (considerada por muitos uma máquina assassina) ao longo da sua fundação aos dias de hoje, “nunca” a soube/sabe gerir, foi inúmeras vezes vítimas de fuga de informações e traições, uma vez foi roubada e posta num guardanapo de papel por um agente duplo a fórmula secreta da bomba atómica. Um outro agente russo duplo que passava informações valiosas aos EUA, foi envenenado por sua imprudência, tomava todos os dias café num bar popular, como se desconfiava-se dele, um barman da secreta foi despachado para fazer o trabalho sujo, administrou veneno no seu café, um mês depois internou e passado algum tempo morreu. Cumpriu bem a missão. Um outro agente da  elite secreta que trabalhou mais de 20 anos para CIA, afinal fornecia dados sensíveis à Rússia, foi descoberto porque criou-se uma estrutura paralela ao seu gabinete. Existem muitos exemplos de como uma boa informação pode ser “tão valiosíssima”, desde à família, tribos, reinos, Estados.

Lamentavelmente o “caso Tucayano (o suposto agente que seduziu os seus mártires) ”arrepiou muita boa gente, generalizou-se um clima tenebroso de desconfiança constante e reciproca em alguns círculos cá da banda. O que ao nosso pobre observar, revela imprudência e falta de “visão estratégica”, até algumas personalidades que pensávamos serem experimentados tremeram de medo e insónias (não defendemos actos macabros, reprovamos energicamente). Sabe-se que qualquer activista cívico ou opositor ao regime deve ter o domínio de conhecimentos e técnicas de “espionagem e infiltração”, actuar também como um agente secreto. A ser verdade que Tucayano é um “agente especializado, então sem errar concluímos que terão ficado mais alguns, pois neste tipo de serviço é crucial cruzar informações, vejam o que aconteceu com os últimos dados da bomba atómica, a Rússia confrontava e peneirava tudo que acolhia a fim de  melhor apuramento.

Presentemente muitos dos nossos activistas cívicos, políticos da oposição nos fazem crer que ignoram elementos básicos de segurança e recolha de informações, salvo alguns que cooperam “clandestinamente”, como é possível alguém que convive anos, momentos sensíveis, partilha segredos, ninguém conhece a sua ficha individual de registo? É muito difícil controlar, as grandes agências de espionagem também ao longo da história têm sofrido ataques e infiltrações, o que demonstra que não existe eficácia no controlo porém é possível ser um pouco mais cauteloso.

 

Aliás nenhum agente secreto em qualquer agência que trabalha está seguro quanto mais “meras pessoais normais” (um dia também beberá do próprio veneno). Todos sabemos que o exercício desta actividade normalmente recorre aos métodos ilegais ou macabros, assassinados, envenenamento, infiltração, corrupção… Não há Ética, Direitos Humanos, legislação …A “enciclopédia” dos serviços secretos confirmam inequivocamente estes dados, é assim que os bons resultados são alcançados.

Desde algum tempo que na sociedade civil, há um apontar de dedos entre eles, acusam-se como sendo da secreta, esta informação algumas vezes falsa roda e torna-se verdadeira naquele seio, há casos até que o tremor é maior logo que um suposto agente aparece nas instalações, actividades, reuniões … o “linguajar” muda. A verdade que quase todos desconhecem é que os verdadeiros cérebros da secreta, não são conhecidos do grande público. Confidenciou-me um amigo “esta sensação de que todos trabalham para secreta é bom para o regime porque pelo menos coarta a liberdade das pessoas”.

Por último, parece haver alguma ingenuidade e falta de coerência por parte de alguns grupos sociais ou activistas anti-regime,” louvam” em todo canto que há ditadura, violações da Constituição, abusos de poder, em fim toda adjectivação maléfica. Vamos considerar que estas palavras sejam verdades indiscutíveis, então porque que entram em pânico quando divulgam/descobrem um “sinfo”? Como actuaria um “Estado sábio” assim? Abandonaria um foco de revolta à sua sorte?

O manual do exercício da secreta é a lei (o tal primado do Direito) mas é puramente idealismo. Ela (secreta) vive num submundo horrível, páginas negras e de arrepiar.