Luanda - O secretário de Estado norte-americano John Kerry salientou ontem em Luanda que a sua visita de dois dias a Angola não se limita aos negócios, mas que visa criar uma parceria.
Fonte: Diario noticias
"Esta visita não é só para negócios. É para estabelecer uma relação entre dois povos e dois países. Para construirmos uma parceria para o futuro", disse.
John Kerry, que chegou ao princípio da tarde a Angola para uma visita oficial de dois dias, falava à imprensa após ter visitado um estaleiro ligado à pesquisa e exploração petrolífera, no porto de Luanda.
"Deixem-me dizer rapidamente porque é importante estar hoje em Angola: África está a mudar. Oito das 10 economias que mais crescem estão continente africano e há muitas oportunidades para os africanos, particularmente os angolanos, para conseguirem mudar as suas condições de saúde e educação", referiu.
O secretário de Estado recordou no início da sua intervenção que é casado com uma luso-americana, Teresa, nascida em Moçambique, que tem a língua portuguesa como primeiro idioma, mas lamentou não saber falar português.
Depois, destacou o envolvimento norte-americano no desenvolvimento de Angola, assinalando que integra na sua comitiva a presidente do Ex-imBank dos Estados Unidos.
A este propósito, recordou dois financiamentos garantidos por aquele banco para projetos em Angola, nomeadamente os 600 milhões de dólares para a compra de um aparelho 777 à Boeing e de outros 300 milhões de dólares para o setor energético.
"Sei que o governo está muito empenhado em melhorar o nível de vida dos angolanos e acreditamos que existem muitas oportunidades para que no futuro essas oportunidades sejam alavancadas pelos próprios angolanos", salientou, referindo-se à formação de angolanos nas empresas americanas com negócios em Angola.
Ainda no plano bilateral, John Kerry adiantou que no encontro de segunda-feira com o Presidente angolano José Eduardo dos Santos vai aprofundar as relações bilaterais e agradecer o envolvimento do chefe de Estado angolano em "complexos processos de paz" no continente.
"Angola está a atravessar um período de grande atividade económica e tem um potencial tremendo para o seu desenvolvimento", acentuou.
John Kerry foi acompanhado nesta visita ao porto de Luanda pelo seu homólogo angolano Georges Chikoti.
Delegações dos dois países chefiadas por Kerry e Chikoti manterão conversações oficiais na manhã de segunda-feira, após o que estão previstas declarações dos dois governantes à imprensa.
Em seguida, o secretário de Estado norte-americano é recebido por José Eduardo dos Santos e antes de deixar Angola, ao princípio da tarde, dá uma conferência de imprensa para balanço da visita ao continente africano, e que antes de Angola o levou à Etiópia, Sudão do Sul e República Democrática do Congo.
Integram a delegação norte-americana a secretária de Estado assistente para os Assuntos Africanos, Linda Thomas-Greenfield, o enviado especial dos Estados Unidos para os Grandes Lagos e República Democrática do Congo (RDC), Russell Feingold, o enviado especial para o Sudão e Sudão do Sul, Donald Booth, bem como a embaixadora itinerante Catherine Russell, Assistente do Gabinete do Secretário de Estado para os Assuntos Globais das Mulheres.