Lisboa - O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, pediu hoje ao Governo da China créditos com taxas de juro reduzidas além dos comerciais e mais rapidez nos processos para desbloquear os fundos, "com processos administrativos mais rápidos".

Fonte: Lusa

A aposta do governo angolano é assegurar mais linhas de créditos concessionais, com taxas de juro mais reduzidas e em muitos casos por troca pelo fornecimento de petróleo, em vez dos empréstimos a juros da banca comercial, afirmou José Eduardo dos Santos no seu discurso de abertura das negociações entre os governos dos dois países, que decorre em Luanda no âmbito da visita de 24 horas do primeiro-ministro da China, Li Keqiang.

Segundo o Presidente angolano, a China é neste momento o terceiro maior fornecedor de mercadorias para Angola, contudo, "é possível incrementar e diversificar" as relações económicas, dando mais espaço ao investimento direto das empresas chinesas na produção de bens de consumo em detrimento da prestação de serviços e da realização de empreitadas de obras públicas", frisou.

O estadista angolano sublinhou que o objetivo é estabelecer parcerias mutuamente vantajosas com empresários angolanos.

"Essas parcerias permitem a absorção das tecnologias e do conhecimento científico, a formação profissional e técnica dos quadros nacionais para que adquiram competências e habilidades de forma a contribuírem para o desenvolvimento do país", realçou.

A China é um dos principais destinos das exportações de petróleo de Angola e também a origem de muitos bens e serviços que importa.

No plano diplomático, José Eduardo dos Santos manifestou o desejo de Angola continuar a concertar posições com a China, com o objetivo de garantir a segurança no Golfo da Guiné, e influenciar todas as partes envolvidas no sentido do restabelecimento e consolidação da paz na região dos Grandes Lagos, na República Central Africana, na Nigéria e no Sudão do Sul.

"É importante que a China enquanto membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas exerça também a sua influência para que as forças de manutenção e paz em África possam ter recursos e continuar a desenvolver as suas respetivas missões com sucesso", exortou.

José Eduardo dos Santos lembrou que Angola candidatou-se a membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU, onde pretende "transmitir os seus pontos de vista e contribuir para a paz e a segurança internacionais", contando com o apoio da China.