Luanda - O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, revelou nesta sexta-feira, em Luanda, que Angola e a China têm concertado regularmente as suas posições, quer no quadro da Comissão das Nações Unidas dos Direitos Humanos, quanto do Sistema da ONU em geral.

Fonte: Angop
“Defendemos pontos de vista semelhantes nas questões mais importantes que preocupam a comunidade internacional, que tem a ver com a segurança, paz, entendimento entre as nações, cooperação e, sobretudo no que tange à reforma das Nações Unidas, o seu Conselho de Segurança, onde Angola defende a posição africana e apoiada pela China”, precisou.

José Eduardo dos Santos teceu estas considerações quando respondia a uma questão colocada por um jornalista chinês sobre a posição de Angola nas relações com a China no plano internacional e bilateral, na conferência de imprensa conjunta realizada no jardim do Palácio Presidencial da Cidade Alta, no quadro da visita do primeiro-ministro chinês.

Em relação ao continente africano, José Eduardo dos Santos afirmou que a China tem apoiado os esforços de Angola na presidência da Comissão Internacional para os Grandes Lagos, cujo objectivo é combater as forças negativas e auxiliar o Governo da República Democrático do Congo (RDC).

Para o estadista angolano, combater as forças negativas significa combater a desestabilização das forças rebeldes, promover a integração dos ex-militares na vida civil e o retorno dos refugiados, assim como a instalação da administração local nas regiões do Leste da RDC.

“Significa também melhorar as relações de boa vizinhança e de cooperação entre o Ruanda e a RDC, aprofundar a confiança entre os chefes e quadros no âmbito das relações bilaterais, e depois promover o desenvolvimento económico regional, estabelecendo parcerias, no sentido de afastar todos aqueles que se dedicam a pilhagem dos recursos daquela região”, precisou.

Sublinhou que nas outras regiões de África, a China continuará a apoiar os esforços de Angola e de outros países da região, no sentido de garantir a estabilidade na República Centro Africano (RCA), reorganizar as instituições do Estado para que possam cumprir com o seu papel de administrar o país, e garantir as condições de segurança para o desenvolvimento económico e social, assim como no Sudão.

“É evidente que a fórmula que preconizamos para a resolução desses conflitos é pela via do diálogo, estabelecer as bases da reconciliação nacional e a definição dos processos de transição que conduzam a realização de eleições democráticas e livres, para que, através dos quais, surjam governos legítimos que tenham o apoio das populações”, realçou.

“Como superpotência mundial e membro permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas”, prosseguiu, “a China tem um campo de manobra maior que Angola no plano das relações internacionais, e tem maior influência e instrumentos de acção que Angola, que ainda se encontra na condição de país emergente”, disse José Eduardo dos Santos.

Lembrou que Angola, que está a candidatar-se a membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para o período entre 2015 e 2016, tem apoiado os esforços da República Popular da China, considerando que a sua política tem sido bastante construtiva quanto à promoção da paz e segurança no mundo.

Realçou que nas zonas bastante tensas de conflito, como o caso da Síria, Ucrânia e outros países, a China tem procurado desempenhar um papel bastante equilibrado na aproximação das partes, com vista a encontrar soluções que preservem a paz, a estabilidade e a segurança no mundo.

“Essa política construtiva da China, a favor da paz, do entendimento entre as nações e do desenvolvimento económico e social, através das instituições internacionais como o FMI, o Banco Mundial e, sobretudo, as Nações Unidas, tem o apoio da República de Angola”, vincou o Chefe de Estado angolano, concluindo que o país tem pautado a sua conduta pela solidariedade recíproca.