Luanda – A pobreza continua a ser em Angola o principal fator de vulnerabilidade na contaminação por VIH/Sida de adolescentes e jovens, privados do acesso à educação, serviços de saúde e apoio, segundo um estudo.
Fonte: Lusa
A conclusão consta do estudo sobre Riscos Comportamentais entre Adolescentes e Jovens no Contexto do VIH/Sida, elaborado pelo Ministério da Juventude e Desportos de Angola e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
No estudo adianta-se que é "urgente a necessidade de se dedicar maior atenção aos adolescentes e jovens, em particular os mais vulneráveis", apontando as crianças de rua e na rua, e jovens meninas que são abusadas por estrangeiros que vão a Angola para turismo sexual.
No documento chama-se para a ideia de que, apesar do risco de infecção ocorrer em todos os estratos sociais, "a condição de pobreza continua a ser o principal factor de vulnerabilidade".
Segundo conclusões do estudo, existe um conjunto de práticas que aumentam a vulnerabilidade dos jovens de se infetarem por VIH/SIDA e infecções sexualmente transmissíveis.
"A multiplicidade de parceiros sexuais, concorrenciais e, ou sucessivos, a resistência à utilização de preservativos e testagem, o elevado consumo de álcool e em alguns casos de drogas, bem como questões do género", enumera o estudo.
Reforçar os programas de comunicação para a mudança de comportamentos privilegiando os segmentos da população jovem considerados mais vulneráveis e melhorar a oferta de serviços de saúde e dos meios de prevenção do VIH/Sida ao nível comunitário foram as recomendações deixadas, que devem constituir "um instrumento valioso e de execução urgente".
"É necessário assegurar a continuidade dos programas e a implementação de ações que visam a redução dos níveis de pobreza, bem como o empoderamento dos adolescentes e jovens, em particular os mais vulneráveis", recomenda-se no estudo.
Na cerimónia de apresentação, o representante da UNICEF em Angola, Francisco Songane, reiterou o comprometimento daquela agência das Nações Unidas para assegurar a continuidade dos programas e promover de forma efetiva mais oportunidades, conhecimentos e maiores habilidades no seio dos jovens.
Há cerca de um ano, a diretora do Instituto Nacional de Luta Contra o Sida (INLS), Dulcelina Serrano, disse que Angola tem mantido estável o seu nível de epidemia desde 2005, com uma taxa de prevalência de dois por cento, sendo que províncias fronteiriças e de maiores rotas viárias apresentam entre os três e cinco por cento.
Dados do INLS de outubro de 2013 davam conta do registo de 128.697 casos de VIH/SIDA, dos quais 66.818 recebem tratamento, havendo preocupação com a tendência de ocorrência de novas infeções nas províncias de Luanda, Lunda Norte, Cabinda, Bié, Cunene e Cuando Cubango.
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