Luanda - Nesta batalha, o mito da invencibilidade do exército da África do Sul foi quebrado, alterando dessa forma, a correlação de forças na região austral do continente, tornando-se o ponto de viragem decisivo na guerra que se arrastava há longos anos. por outro lado, a superioridade demonstrada pelas FPLA no campo de batalha fez com que o regime do apartheid, aceitasse a assinatura dos Acordos de Nova Iorque, que deram origem a implementação da Resolução 435\78 DO  Conselho de Segurança da ONU, lavando a independência da Namíbia e ao fim do regime de segregação racial, que vigorava na África do Sul. Wikipédia


Fonte: Club-k.net


A História é feita por homens sérios, honestos ou de valores

Tenho acompanhado o debate sobre a histórica Batalha do Cuito Cuanaval, que durou quinze horas, no dia 23 de Março de 1988, tendo comos exércitos de Angola ex FAPLA e da África do Sul, num território externo da África do Sul ou seja, violando a fronteira de um Estado soberano, ajudado pelo então beligerante Unita por via do seu braço armado, as FAlAS.


Neste texto pretendo trazer ao debate o que as fontes académicas dizem, mormente, historiadores e pensadores de grande credibilidade como o Americano Douglas Wheeler e o Francês René Pelissier, académicos de grande prestígio global, pelo que nos parece, não fazem por bajulação ou a procura de qualquer promoção, até que têm notoriedade e não estão num palácio para assegurarem o lugar. Segundo esta fonte, nos ensina o seguinte «Talvez a batalha mais decisiva tenha ocorrido no cerco de Cuito Cuanaval, durante um combate de quinze horas a 23 de Março de 1988, quando as forças cubanas e do MPLA derrotaram as forças da África do Sul e da UNITA.» Wheeler et Pélissier, in História de Angola, pag. 365, ed.Tinta da China.


Depois da magna conferência do General José Maria, Chefe do SIM e um temível militar que conhece bem a trajetória do conflito,  homem de grande craveira intelectual clássica, constatamos que certos dirigentes da Unita que nos parece se terem ressentido com a brilhante intervenção, pronunciaram-se, procurando questionar a veracidade dos factos sobre a tão sangrenta batalha. No entanto, isto não ficou por ai, no Parlamento os antigos apoiantes do Exército Sul-africano, contra o Governo legítimo de Angola, começaram a questionar dirigentes do MPLA sobre a sapiente conferência, procurando criar dúvidas sobre a capacidade do Governo Angolano fazer coisas que superam a vanglória neocolonial do Apartheid. Estranha forma de ser patriotas… Tais dirigentes da Unita, organizaram outra conferência e para o espanto de pessoas atentas com a História do pensamento Político Angolano, desafiam  a sociedade com artigos e discursos como o do Presidente da Unita e o artigo do Deputado Kamalata Numa, tempestuoso, mas com certo grau de frontalidade e pronto para o debate, manifestando democraticidade, respondeu algumas afirmações sobre a mesma batalha histórica, duvidando da sua magnitude. sobre a magnitude da mesma, rezam as fontes o seguinte:  «Nesta batalha, o mito da invencibilidade do exército da África do Sul foi quebrado, alterando dessa forma, a correlação de forças na região austral do continente, tornando-se o ponto de viragem decisivo na guerra que se arrastava há longos anos. por outro lado, a superioridade demonstrada pelas FPLA no campo de batalha fez com que o regime do apartheid, aceitasse a assinatura dos Acordos de Nova Iorque, que deram origem a implementação da Resolução 435\78 DO  Conselho de Segurança da ONU, lavando a independência da Namíbia e ao fim do regime de segregação racial, que vigorava na África do Sul.  fica também para a história, o facto de ambos os lados terem clamado vitória. Segundo o Wikipédia , está fonte é credível e reconhecida importância científica e plural, não foi escrita por nenhum General Angolano, interessado em vangloriar-se, parece ser a verdade que não se confunde com os lugares…


Devemos todos contribuir para que o debate público seja feito com certa eticidade, pois, há uma tendência da Unita vitimizar-se e auto-excluir-se quando se fazem afirmações verdadeiras, acusando «intolerância, violação da reconciliação nacional» por parte dos dirigentes do Estado ou quadros do MPLA, quando a Unita e seus dirigentes, fazem uso constante de afirmações insultuosas sobre o MPLA ou seus dirigentes ou pessoas ligadas com actividade histórica dirigida pelo Governo ou do MPLA. É bem verdade que, em democracia a oposição, tem direito a contestação de afirmações que atentem contra a verdade histórica ou sejam contrárias aos seus valores. Mas, já não é aceitável que, quem faz afirmações absurdas ou irracionais ou teve alianças vergonhosas seja em que época for, venha sem pudor pretender negar factos evidentes como a batalha do Cuito Cuanaval, como sendo «mito» ou a negação da derrota dos seus aliados. Haja consciência histórica e consequentemente moral, devia haver um mínimo de razoabilidade moral, sob pena de um dia negar-se a Independência Nacional, as reformas encetadas e com sucesso, a destruição do País e a traição dos africanos com aliança ao apartheid, como se tudo valesse…


Importa lembrar que, ouvimos insultos contra nós, boatos ou outros dirigentes do MPLA ou do Estado, mas calamo-nos, não por falta de argumentos, por acharmos que a liberdade de expressão é uma riqueza da democracia. mas não aceitaremos a negação da verdade histórica, pode-se defrontar argumentos ou justificar, mas considerar um « mito» o passivo da Unita, segundo Mwekalia, levará a alienação da juventude como sempre a Unita e seus dirigentes parecem patriotas e são os primeiros chamarem os outros de «assimilados, criolos, corruptos, ditadores etc», mas se alguém lhes faz lembrar o passado e as consequências presentes, reagem com uma actitude que manifesta ressentimento histórico, trata-se de um dilema psiquiátrico ou psicológico, mas que não é aceitável num debate de ideias que deve ser plural, mas com verosimilhança, nunca com mentiras ou a negação do sucedido, é grave, pois, a democracia pode-se fazer com omissões, nunca com mentiras, por inquinar a confiança e o consequente descrédito das instituições.


Se a Batalha do Cuito Cuanaval fosse tão simples e sem importância estratégica para a Região e o Continente Africano, tendo decorrido no território nacional, no Cuando Cubango, porquê coincidiu com os Acordos de Nova Iorque e a consequente retirada dos cubanos, a proclamação da independência da Namíbia e a libertação de Mandela? sendo a africa do Sul uma potência económica e militar, o que levou então os encontros de Londres, Cairo e Nova Iorque? Porquê razão não derrubou o Governo Angolano e aceitou retirar-se, sabendo que tinha ganho a guerra ou a referida Batalha? É preciso não esquecer que a SADC tem o 23 de Março como uma data histórica da região e o Presidente José Eduardo dos Santos recebeu as homenagens mais elevadas no Governo do Presidente Zuma e Pohamba daÁfrica do Sul e da Namíbia respectivamente.


Todos teóricos da guerra como Maquiavel ou Tsun sun, ensinam que não se faz uma batalha senão for para ganhar ou obter riqueza e obrigar o adversário ou inimigo a ser vergado. Ora, se Angola fosse derrotada, não haveria necessidade de assinar-se um Acordo, bastava marchar até Luanda, derrotando o Socialismo e vencendo apenas o Capitalismo defendido pela Unita e seus aliados. as eleições de 1992, antecedidas de uma reforma política para a democracia, segundo Anstee 1997, prova a força moral dos ideais de Neto e seguidas por JES: «a nossa luta continua na Namíbia, África Sul e Zimbabwé», não baste defender democracia ou capitalismo é preciso autoridade moral para saber os limites das ideologias…


A História é feita por homens sérios, honestos ou de valores, ficando como heróis; mas também é feita de fanfarrões, desonestos e sem valores ou vilões, estando por isso, do lado errado da História…


o que interessa para os angolanos da nova geração não é apenas o que fez este ou aquele, mas qual foi o impacto positivo ou negativo dos ideais que cada um defendeu, isto, basta para lembrar que a guerra foi má e gerou mortes, estropiados e pobreza e a paz trouxe esperança e desenvolvimento como habitação social, novas cidades e centralidades, estradas, hospitais, escolas, universidades e reconhecimento internacional que não se pode negar, ainda fossemos cegos.