O anúncio foi feito em Caracas, no decorrer do encontro que Castro manteve na embaixada de Cuba com diplomatas e cooperantes, escreve o Granma, que cita uma nota daquela representação diplomática.

A referência ao filme veio a propósito do trabalho que os cooperantes cubanos levam presentemente a cabo na Venezuela, com Raúl Castro a recordar as "missões internacionalistas em Angola e noutros países" e inquirindo-os se tinham visto "Kangamba.

O filme, do cineasta cubano Rogelio Paris, estreou em Outubro passado, em 288 salas espalhadas por todo o país, e baseia-se nos combates registados em 1983, envolvendo tropas angolanas e cubanas contras as forças anti-governamentais da UNITA, apoiadas pela África do Sul.

Na sequência da saída de Portugal de Angola, os três movimentos nacionalistas angolanos, MPLA, FNLA e UNITA, envolveram-se numa sangrenta guerra civil, que ditou a expulsão da capital, Luanda, da FNLA e da UNITA.

O MPLA, apoiado por dezenas de milhares de combatentes cubanos, enfrentou depois uma prolongada guerra movida pela UNITA, que contou com apoio sul-africano e que passou por violentos confrontos, designadamente os ocorridos no Cuito Cuanavale, província do Cuando-Cubango.

Num texto publicado no Granma, no passado dia 30 de Setembro, o líder cubano Fidel Castro considerou que "o drama" da batalha de Cuito Cuanavale, quatro anos depois da de Cangamba, resultou do que considerou uma "estratégia soviética errada".

"O próprio drama que se viveu foi consequência de uma estratégia soviética errada na assessoria do alto comando angolano", escreveu Fidel Castro na reflexão publicada no passado dia 30 de Setembro, dias antes da estreia de "Kangamba".

Na ocasião, Fidel Castro apelou à realização de um novo filme "ainda mais dramático que Kangamba", um dos filmes "mais sérios e dramáticos" que teve oportunidade de ver.

Fonte: Lusa