O processo remonta ao ano passado quando Luís Silva Cardoso que com ele disputou a liderança do PADEPA que foi confiada pelo Tribunal Constitucional, entretanto, a Cardoso, intentou uma acção judicial por alegadamente Carlos Leitão ter falsificado os estatutos do partido.

Na ocasião, o Tribunal Supremo nas vestes de Tribunal Constitucional, havia conferido a conformidade dos estatutos alegadamente subvertidos por Leitão, que agora se sente perplexo com a sua captura pois nunca chamado a depor sobre este alegado crime.

«Eu vejo que agora há uma perseguição total e acredito que tem muito a ver agora, que ela tornou-se mais célere, talvez com o apoio que foi dado à UNITA.»

O político disse sentir-se ameaçado ao ponto de correr perigo de vida com esta estratégia de perseguição numa altura em que está de viagem marcada para o exterior em busca de tratamento médico adequado.

«Penso que há toda uma perseguição agora de me tirarem a vida. Eu acredito que só há um objectivo nisso que é prenderem-me e aproveitarem da cadeia para me poderem envenenar e fazer outras coisas para acabarem com a minha vida a curto, a médio ou longo prazo.»

No ano passado, Carlos Leitão viu a sua viatura alvejada quando se preparava para entrar na sede do partido onde se encontrava barricado Luís Silva Cardoso que quase o atingiu mortalmente.

Algumas balas trespassaram a viatura de Leitão e o caso foi julgado pelo Tribunal de Polícia que mandou Luís Silva Cardoso em paz para espanto da sociedade.

O advogado de Carlos Leitão, André Dambi, confirma que Leitão nunca foi chamado ao tribunal por não haver uma acusação daquela instância e, mais do que isso, foram violadas algumas disposições legais na sua captura.

«O meu constituinte coincidentemente encontra-se numa situação debilitada de saúde, a Lei 18/A prevê que a captura é inadmissível nestes casos. Vamos ver o que é que a procuradoria vai fazer em relação ao meu constituinte.»

O mandado de captura emitido a 19 do mês passado e executado esta terça-feira é referente a um processo com data de Junho.

O facto que surpreendeu o causídico que nota ter havido uma celeridade fora do normal para este caso, quando existem pessoas presas a aguardarem acusação há mais de dois ou três anos.

Fonte: VOA