Luanda - Informar e ser informado é um direito que assiste a todos os cidadãos angolanos, à luz do artigo 40º da Constituição da República de Angola (CRA).

Fonte: Club-k.net

Image

A UNITA, enquanto organização de cidadãos chamou a si a responsabilidade de contar a sua versão sobre a história recente de Angola. Fá-lo por meio de conferências por si organizadas em que têm tomado palavra os seus quadros político-militares, com experiência e conhecimento sobejo, sobre os meandros dos acontecimentos político-militares que marcaram de alguma forma a nossa história comum. Nessas conferências a UNITA tem demonstrado por A+B, como é leviano e adúltero à história, considerar que uma única batalha, se algum dia tal batalha existiu, pode libertar a África e acabar com o sistema de segregação racial que grassou na África do Sul. Nessas conferências a UNITA tem também assumido que por forças das circunstâncias os seus interesses de luta contra o expansionismo sovieto-cubano na região Austral de África coincidiram com os da sobrevivência do regime branco da África do Sul e do Ocidente, face a ameaça representada pelo expansionismo soviético, que se fazia sentir na região, através das alianças com partidos e governos marxistas-leninistas.

Alérgicos à verdade histórica contada pelos oficiais e quadros da UNITA aos angolanos, o Jornal de Angola, através de seus assalariados como Artur Queiroz e outros acobertados no que devia ser único matutino, sustentado por fundos públicos, tem vindo a demonstrar-se propenso à falsidades, ao insulto barato e à calúnia.

Alguns desses prestadores de serviço vil e nojento vieram de além-mar, ou têm nacionalidade dupla, cuja missão é confundir a opinião pública nacional. Foram os mesmos que na aurora da Independência de Angola, em 1975, inventaram a mentira de que membros da FNLA eram canibais. Essa falsidade manchou para sempre a imagem dos partidários da Liberdade e Terra.

Em reacção à nobre iniciativa da UNITA de repor a verdade dos factos, espaços nobres do Jornal de Angola passaram a ser preenchidos com editoriais e crónicas insultuosas, caluniosas, mentirosas e difamatórias. Mais do que isso, o Jornal de Angola tornou-se veículo barato da inveja, intolerância absoluta e ódio contra dirigentes da UNITA. Ao que se sabe, tais artigos são escritos sob instruções de assessores do palácio da Cidade Alta. E pela forma recorrente como são publicados, sem que alguém sensível aos valores intrínsecos à paz verdadeira e à reconciliação nacional tivesse pejo de os publicar, leva a crer que é do interesse do poder politico o clima que se busca instaurar no país.

Com essa postura que faz lembrar os tempos em que o Jornal de Angola era apêndice dos Tribunais Populares Revolucionários (TPR) e apologista da morte de inocentes no fatídico 27 de Maio de 1977, está esse órgão de comunicação social público a situar-se contra a Paz e contra a Reconciliação Nacional.

Entendo que ninguém deve ter a veleidade de se considerar detentor de toda a verdade. Cada um dos protagonistas da guerra pós-colonial que assolou o nosso belo país sabe e controla apenas uma parte da história. Aliás, foi ciente disso que a direcção da UNITA decidiu organizar os fóruns em que tem contado a sua versão dos factos, para deste modo, atender a vários cidadãos, sobretudo jovens desejosos de saber da verdade histórica de que a UNITA é, certamente, também utente.

Numa das suas mais recentes edições, por exemplo, o JA atribuiu à UNITA e sua direcção de então, o abate indiscriminado de elefantes e rinocerontes e o contrabando de madeira, marfim e droga.

Pura falácia.

Se algum esclarecimento se prestar na presente circunstância, a Jamba, cujo nome resultou do pacto entre os homens que lutavam contra a dominação estrangeira russo-cubana e os elefantes que habitavam a zona, era a Capital da Resistência Popular Generalizada. Era gerida por uma administração idónea e assente em princípios e valores políticos e sociais de um Estado moderno. A Flora e a Fauna eram protegidas. Para isso, a UNITA instituíra o ministério dos recursos naturais. Além de que ninguém podia abater animais ao seu bel-prazer.  Havia até fiscais de caça que impediam, com sucesso, qualquer prática de abate indiscriminado de animais.

As árvores na sua variedade tipológica faziam parte do habitat do guerrilheiro. Eram sagradas. A Jamba foi Bastião e capital provisória de Angola de onde era comandada a luta pela conquista da democracia multipartidária que se implantou em Angola com a assinatura dos Acordos de Bicesse, aos 31 de Maio de 1991, entre a UNITA e o governo da então República Popular de Angola.

Além de denegrir o heróico e patriótico papel desempenhado pela Jamba, o JA e o seu articulista pretendem tão-somente confundir a opinião pública com aquele género de invenções.

Não é justo e é inadmissível que pessoas que nem sequer conheceram onde fica a Jamba a rotulem segundo as suas conveniências mercantilistas e mercenárias. A Jamba representou o berço da Liberdade e da Democracia que temos hoje em Angola. É a mesma Jamba que alberga nos dias de hoje a sede administrativa da comuna de Luiana. É pelas portas da Jamba resultante do esforço empreendedor e patriótico de homens e mulheres odiados e excluídos que Angola entra para o Projecto Transfronteiriço Okavango Zambeze.

A Jamba era, afinal, uma tribuna de onde se irradiava para o mundo amante da Paz, Liberdade e Democracia, a mensagem dos homens de mulheres e crianças de Angola, que, resistindo ao jugo imposto por Moscovo e Havana, se batiam heroicamente para a instauração em todo o território nacional desses valores políticos e sociais.

Assim como afirmou o Deputado Eugénio Ngolo Manuvakola, na I Conferência sobre Paz e Estabilidade na África Austral, realizada a 23 de Abril de 2014 “a Jamba, criada em 1979, era a capital provisória de Angola em Resistência Popular generalizada, em oposição a Luanda. Nesta condição a Jamba constituiu-se, de facto, na capital de um Estado dentro do Estado, com a capacidade de estabelecer relações oficiosas com o Mundo. A Jamba acolheu, em 1985 a Conferência da Internacional Democrática, fórum que reuniu chefes de movimentos e organizações que no mundo se batiam contra o totalitarismo de inspiração soviética. Estiveram presentes na Conferência representantes da UNITA, dos Mujahidines do Afeganistão, Vladmir Bukovsky, dissidente Soviético, os anti-castristas de Cuba e Adolfo Calero dos Anti-Sandinistas da Nicarágua”.

“Na procura de soluções para os complexos problemas da África Austral, passaram pela Jamba personalidades da política mundial, tais como: inúmeras personalidades africanas; Alexander Haigue, ex-secretário de estado americano; o Conde Alexandre de Marranche (francês); Peter Botha e Pic Botha sul-africano; Stanislav Svoboda, vice-ministro dos negócios estrangeiros da Checoslováquia, uma longa lista de senadores, congressistas e líderes do Black Caucus americanos; parlamentares e outras notabilidades dos vários cantos do mundo”, prosseguiu o dirigente político.

Como se pode observar, a UNITA não tem remorso de assumir que pela Jamba tenham passado outras personalidades, africanas, europeias e não só, que ajudaram a divulgar a mensagem sobre a luta pelo multipartidarismo e economia de mercado em Angola. Hoje que esses valores estão plasmados na Constituição da República de Angola, a UNITA e os partidários orgulham-se de terem contribuído para essa realidade.

Ao invés do baixo papel a que se tem votado, o Jornal de Angola devia ser mais patriota, dedicando-se ao tratamento de questões que preocupam os cidadãos angolanos hoje. A guerra já passou. Como resolver agora os problemas resultantes do desemprego galopante, da criminalidade que grassa nos bairros da cidade capital e da corrupção que corrói a moral social dos cidadãos? Por que não fala o Jornal de Angola do sofrimento dos pobres que fazem a maioria do Povo Angolano perante a riqueza sem origem clara dos novos ricos de Angola todos afectos ao poder politico ou próximo a ele? Aonde trabalhavam e quanto ganhavam para terem a riqueza que exibem nos dias de hoje?  Não prestaria, assim, melhor serviço à cidadania?