União Europeia tem interesses obscuros

Ngola Kabangu diz ter chegado a esta conclusão depois de ler o relatório final recebido das mãos da chefe da missão de observação eleitoral da União Europeia, Luisa organitini, onde se reconhece a parcialidade da CNE.

«A União Europeia chegou às mesmas conclusões que nós», afirmou Kabangu ostrando-se incrédulo com o facto de aquela organização continental ter tido opinião diferente.

«A União Europeia tem interesses obscuros e fazem outra visão do nosso país. O mais importante é que nós os próprios angolanos fizemos uma leitura correcta do país: que houve eleições possíveis.»

Ngola Kabangu recomenda que as próximas missões de observação internacional terão de ter uma visão correcta do país sob pena de virem a cair em descrédito.

«As futuras observações devem ter consciência de um país vasto como é Angola, com 18 províncias e que a observação não deve ser feita apenas nas sedes provinciais. É preciso mais transparência e sobretudo honestidade moral e intelectual. Devem ser sinceros e honestos».

A chefe da Missão de Observação Eleitoral da União Europeia às últimas legislativas, Luisa Morgantini, veio a Luanda anunciar que o conteúdo do relatório final do seu trabalho em Angola não foi alterado, mantendo-se a conclusão de que o escrutínio foi «livre e transparente».

«Não há mudanças sobre a nossa posição inicial mas temos recomendações já apresentadas a todos os partidos políticos e ao presidente da CNE», precisou a parlamentar europeia.

Luisa Morgantini disse que os principais conselhos, para as eleições presidenciais, são no sentido do fortalecimento da CNE, da revisão da Lei de Imprensa no que toca ao direito ao espaço de antena na comunicação social pública.

O relatório da União Europeia constata, a dado passo, que «houve falta de transparência no apuramento dos resultados eleitorais e não foi autorizada a presença de representantes dos partidos políticos nem de observadores para testemunhar a introdução dos resultados no sistema informático nacional».

Refere também que «não foi realizado um apuramento manual em separado».

O líder da UNITA, Isaías Samakuva, disse concordar com as conclusões da missão por serem, «de uma forma geral» coincidentes com as que constam do relatório da auditoria publicada há duas semanas.

Manifestou-se esperançado que os novos pleitos eleitorais venham a ser feitos com base na transparência «e de uma administração eleitoral bem montada».

Fonte: VOA