A “Carta aberta ao Presidente da República” rabiscada por  T. Sapembe, publicada inicialmente no Jornal Angolense e  rebuscada pela praça da democracia Angola (Club-k), tocou fortemente com o meu sentido “patriótico e democrático”.

O articulista Nelo de Carvalho, num dos seus artigos tivera sugerido ou admitido “mesmo” que JES deveria falar com a imprensa. Nesta óptica o patrono da nação estaria a alargar o seu horizonte de interligação com uma das classes com quem nunca teve contactos, partindo do princípio que durante o reinado comunista em Angola não era permitida a imprensa privada.

Como se pode constatar, JES nunca esteve receptivo ao diálogo aberto e directo com aqueles que ostentam um pensar diferente. A luta das ideologias constituiu um “Zumbi” para o nosso chefe de estado. Pela imprensa privada o povo teria a oportunidade de conhecer a outra faceta de quem diz representar os interesses do povo. Para tal, seria uma mais-valia a existência de contactos directos entre ambos os lados. As notas difundidas nos meios de comunicacao estatal -(?)- sao classificados por muitos como cartazes pubicitarios do MPLA.

Camponeses como T. Sapembe, constituem uma molécula importantíssima para o engrandecimento da nação. Intelectuais como Pinto de Andrade, filosoficamente falando, compõem outra faceta para ajudar o país a prosperar. JES não tem encontrado um meio-termo entre as diferentes vozes existents em Angola.

A burocracia burguesa implantada pelo sistema de JES tem vigorosamente impedido uma interligação mais aprofundada entre os políticos do MPLA e o povo. Infelizmente, para os nossos patronos o povo continua a ser simplesmente a classe operária e que não tem opiniões a serem consideradas.

A mesma classe burguesa que desempenha o papel de seleccionadores das informações correntes e faze-las chegar ao chefe de estado não só as deturpa com também omite muitos pormenores. As informações filtradas e encaminhadas burocraticamente para os escritórios de JES são simplesmente manipuladas.

JES sabe destas situações: O que faz para contornar estes muros? O povo não tem voz. A imprensa privada é marginalizada. A classe intelectual é apelidada como contra-revolucionários. Para ser ouvido pelo presidente ou outra instancia do MPLA use apenas a conjuncao “SIM SENHOR”.

* PGarcia
Fonte: Club-k