Luanda - Extrato do Discurso em improsivo, do acto de encerramento do 1º Seminário de Formação de Quadros e da IIª Reunião Ordinária do Conselho Deliberativo Nacional, proferido por Abel Chivukuvuku, Presidente da CASA-CE aos 02 de Junho de 2014, no Anfiteatro do Royal Plazza Hotel – Talatona - Luanda

Fonte: CASA-CE 

Viva Angola

Viva o Povo Angolano

Viva a CASA-CE

Obrigado

Aos dignissimos dirigentes da CASA-CE, a todos os membros do Conselho Deliberativo Nacional aqui presentes e aos nossos membros e simpatizantes.

Antes de mais gostaria clarificar que eu não vou fazer um discurso. Não tem sido meu hábito nos últimos tempos, mas apenas fazer algumas considerações até, tendo em consideração que já estamos aqui há dois dias de trabalho; os companheiros estão aqui desde as 9 horas e já se vai o dia. Por isso vou fazer apenas algumas considerações.

Mas gostaria antes de mais, sinceramente agradecer a presença de todos, particularmente aqueles que há mais de 15 dias se encontram aqui em Luanda por terem vindo participar no 1º Curso de Formação Político- Ideológica. Deixaram suas famílias, deixaram seus entes queridos, deixaram seus trabalhos, e vieram porque acreditam que só se pode fazer plolítica se além da vontade e das convicções também houver ciência. Espero sinceramente que tenha valido de alguma coisa o sacrifício de terem passado aqui durante estes 15 dias com todas as dificuldades que nós temos conhecimento. Por isso o meu agradecimento.

Palmas

Agradecimento a todos os que se empenharam, primeiro em tornar este curso possível. Não é fácil para uma organização jovem como a nossa, nem do ponto de vista logistico, nem do ponto de vista organizativo, sobretudo a dedicação daqueles que tiveram de compilar matérias que pudessem ser cientificamente sustentáveis e úteis a todos aqueles que estiveram no curso.

Por isso para todos aqueles que trabalharam na estruturação deste 1º Curso o meu agradecimento, mas sobretudo deixo um desafio de tornarmos este curso algo estruturalmente estabelecido para ser feito todos os anos.

Palmas

Agradeço a Comissão de Organização desta Reunião Conselho Deliberativo Nacional, aqueles que vieram das províncias apenas para esta Reunião e fica o compromisso, tal como foi solicitado pela companheira Suzy do Kuando Kubango, pelo companheiro Sobral do Kuanza Sul para que no 1º Trimestre de 2015 façamos a IIIª Reunião Ordinária do Conselho Deliberativo Nacional, mas desta vez com todos os seus membros de todas as partes do país.

Portanto, para que as coisas fiquem melhor estruturadas, com toda a antecipação, vou pedir já aos serviços do Gabinete da Presidência para que na próxima reunião do Conselho Presidencial comecemos já a estruturar a reunião do Conselho Deliberativo Nacional do próximo ano para que tudo seja feito de forma atempada para que não tenhamos mais problemas de alojamento deficiente, alguns problemas alimentação, alguns problemas de transportação. Com o tempo teremos a possibilidade de encontrar melhores formas de ultrapassarmos pequenos desafios.

Quero sobretudo reconhecer e agradecer o sacrificio de todos os milhares de membros da CASA-CE, pessoas que se dedicam e aqueles que trabalham nas estruturas da CASA-CE sem nenhum vintém, como voluntários porque acreditam.

Acreditam em alguma coisa, porque não se tem fé só em vão. Afinal acreditamos porque temos um sonho daquela Angola que gostariamos de ter para todos nós.

Uma Angola em paz, reconciliada, e com harmonia entre seus filhos, que se aceitam diferentes, mas se respeitam nessa diferença. Uma Angola com estabilidade baseada em processos políticos sérios, credíveis e legítimos, mas sobretudo em instituições sérias, credíveis e legitimas.

Não teremos garantias de estabilidade se acreditarmos e tivermos a ilusão de que um só cidadão pode garantir esta estabilidade. Por mais génio esse cidadão seja.

Queremos um país e é este o país dos nossos sonhos que não só acredita e legisla, mas implementa os valores e princípios de uma Democracia.  E estes valores e princípios, implicam liberdade para todos os cidadãos; implicam pluralismo; implicam Comunicação Social aberta, isenta e equilibrada; implicam processos eleitorais periódicos, transparentes e sérios; implica também estruturas administrativas, tanto Administração, Forças Armadas e Polícia Nacional, apartidárias.

Mas, sobretudo implica a vontade e a convicção que queremos fazer mesmo de Angola um Estado Democrático.

Queremos um país dos nossos sonhos, onde o primado da Lei é respeitado por todos, desde o Presidente da República até ao cidadão mais comum, para que afinal sejamos todos cidadãos iguais perante o Estado e perante a Lei.

Queremos esse país dos nossos sonhos que respeita os direitos humanos e garante aos cidadãos o usufruto dos direitos de cidadania; este país dos nossos sonhos onde todos os angolanos de Cabinda ao Cunene do Mar ao Leste sejam verdadeiramente iguais. Não sejam iguais só na Lei, mas nas oportunidades para se realizarem como cidadãos.

Este país Angola que tem conhecido nos últimos tempos um Crescimento económico que nós queremos  que continue, mas que seja de forma equilibrada e sustentada e que também permita a correcção das actuais assimetrias regionais, que seja diversificada e não mais uma economia de enclave.

Um país sem fome, um país onde as crianças têm pequeno almoço, almoço e jantar, mas sobretudo um país onde a pobreza seja uma excepção e não a regra da maioria dos seus cidadãos.

Palmas

Este país que nós gostariamos e que ainda está nos nossos sonhos, onde todo o cidadão tivesse pleno usufruto dos serviços básicos essenciais, a água, a energia, a saúde, o emprego, são coisas básicas. Não estamos a exigir as boas férias, os bons apartamentos. Estamos a exigir coisas básicas para que o nosso sonho seja de facto realidade.

Um país que consiga definir que afinal a maior riqueza de Angola  não é o petróleo, não são os diamantes, que a maior riqueza de Angola são os seus filhos, os seus cidadãos e que para tal, todas as filosofias, todos os recursos, todas as instituições se virem para a realização dessa pessoa humana que deverá ser um potencial para a realização do nosso país.

Um país onde todos possamos sonhar ser alguma coisa na vida e cada um possa almejar o máximo que puder e lute para chegar lá. E que o país crie mecanismos onde todos os cidadãos, independentemente onde vivam, seja no Kuando Kubango, seja no Zaire, seja em Benguela, seja no Uige, independentemente onde estejam, possam sonhar e ver seus sonhos realizados.

Um país que tem mesmo que considerar prioritária a adopção de medidas e políticas para as criamças e para a juventude. Se afinal são elas o futuro da Nação, ou apostamos nelas para garantirem o futuro, ou teremos o futuro hipotecado.

Um país que assume sem complexos e sem tabus a sua real natureza de mosaico multi-cultural, mosaico multi-étnico, multi-racial.

O nosso amigo Carlos Pinho, ontem muito falou sobre o problema de termos tabus de assumirmos aquilo que nós somos. O que somos, somos e ninguém pode tirar, por isso temos de assumir aquilo que nós próprios somos.

Palmas

Um país que sem tabus também se afirma mesmo um Estado Africano e aposta em relações pacíficas entre Estados com os nossos vizinhos e outros, mas sobretudo com a garantia de que no relacionamento, o mais importante é garantir interesses comuns e recíprocos. Um país que se identifica com identidade própria no Concerto das Nações afirmando-se como actor respeitado, mas também respeitador.

É este o nosso sonho, se não, não estariamos aqui dois dias, não terias perdido 15 dias. É porque acreditamos em alguma coisa, acreditamos neste sonho.

Foi por causa deste sonho que em 2012 criamos a CASA e é por causa deste sonho que estamos a lançar a semente à terra, cultivar, regar, cuidar da planta para que a nossa CASA-CE cresça e se fortifique: sã e saudável.

Que possamos em 2017 merecer colhermos os frutos do nosso esforço colectivo.

Ninguém tenha ilusões, não será fácil, mas também ninguém desespere, porque é possível. Haverá concerteza os que acreditam mais, haverá concerteza os que se desanimam rapidamente, mas o mais importante é que aqueles que têm fé e acreditam, contagiem os mais fracos que desanimam, para que todos juntos possamos caminhar e possamos chegar ao nosso objectivo.

Nessa caminhada, concerteza haverá percalços, como dizia ontem o mais velho Miau, somos uma criança, e do ponto de vista político, com dois anos, muito criança mais, face a organizações políticas com 60 anos, já são mais velhos, quarenta e tal anos, estão na idade adulta. E a criança vai tropessando, e aprende tropessando e alguns desses tropessos, temos de ter a honestidade, são frutos das nossas falhas e para tal teremos que ter a coragem de análise introspectiva lá onde falharmos para termos também a capacidade de corrigir.

Outros tropessos serão fruto de interferências e para elas teremos de ter a coragem de enfrentar e derrotar.

Estivemos aqui estes dias na Reunião do Conselho Deliberativo Nacional com uma Agenda de apenas dois pontos:

Fazer o balanço; perspectivar o futuro.

O balanço dá-nos claros indicadores. Se melhorarmos, podemos ter este ano ganho. A programação estabelece as metas básicas para que façamos deste ano um passo seguro no sentido da realização do nosso objectivo.

Os onze ou doze pontos aprovados, oferecem uma base para que todos juntos possamos trabalhar e ver se de ano em ano vamos ver a nossa CASA-CE afirmar-se neste país como uma força política incontornável para que possamos ser a médio prazo a força política angolana determinante, como dizia, não é fácil, mas é possível.

Termino deixando apelos gerais.

Em todas as sociedades, em todos os países, a qualidade dos processos políticos é directamente proporcional à qualidade e profundidade da participação dos seus cidadãos nesses processos.

Se os Angolanos quiserem definir que querem ter uma Democracia de primeira qualidade e participarem para tal, teremos uma Democracia de primeira qualidade. Se a participação qualitativa dos angolanos permitir alcançarmos melhor participação, teremos. Se não participarmos, também teremos Democracia de terceira qualidade e má governação.

Repito. A qualidade dos processos políticos de cada país, de cada sociedade, é directamente proporcional à qualidade e profundidade da participação dos seus cidadãos nesses processos.

Também hoje estamos aqui e nos vemos pequenos. Na história, os actores de cada processo político, nem sempre têm noção no momento que o fazem, da importância transcendental do seu papel. Serão outras gerações que dirão que há 50 anos houve um senhor chamado André Mwanza era o Financeiro de uma Organização chamada CASA, foram eles que mudaram Angola.

Serão as próximas gerações que irão reconhecer porque nem sempre os actores políticos reconhecem a importância e o papel que desempenham.

É por isso que em todas as sociedades, são os segmentos mais esclarecidos dessas sociedades que devem tomar a dianteira, sem medo e sem tibiezas. E espero que esta classe dirigente da CASA-CE esteja preparada a tomar à dianteira, aqui nas salas para reflectirmos, nos bairros para conversarmos com os cidadãos, nas províncias e em todas as localidades do nosso país, mas também na rua no dia que for necessário.

Espero que todos os companheiros regressem às suas casas com compromisso renovado de que a nossa aposta é apenas para Angola, a nossa aposta é apenas para os Angolanos. Viva Angola,

Viva oa Angolanos

Viva a CASA-CE

Obrigado

Boa noite