Luanda -  O elevado índice de criminalidade em Angola leva a população a aceitar a presença de elementos de empresas privadas de segurança munidos com armas de guerra e que formam autênticos pequenos exércitos.

Fonte: Lusa

Pelas cidades angolanas é comum a presença de vários agentes privados de segurança à porta de estabelecimentos comerciais, bancos, empresas, domicílios particulares, hospitais ou até escolas, em todas as ruas.

 

A necessidade desses serviços justifica-se, como apontou à Lusa António Manuel, professor de um colégio privado, porque a criminalidade em Luanda está sempre à espreita e só a polícia, afirma, não dá conta do recado.

 

"A presença deles é mesmo necessária, já foi possível evitar-se algumas situações complicadas, como assaltos, no colégio em que trabalho. Miúdos ao saírem da escola são às vezes abordados por bandidos para roubarem telemóveis e graças a intervenção dos guardas é evitado o pior", reconhece o docente.

 

A atividade de segurança privada começou a surgir em Angola depois de 1990, tendo alcançado maior visibilidade em 1992, altura em que foi também aprovada a Lei 19/92, entretanto revista e aprovada este ano pela Assembleia Nacional angolana.

 

No entanto, como foi apontado durante a discussão parlamentar da nova legislação, das verbas pagas por quem contrata estes serviços, só uma pequena parte é utilizada para pagar a estes homens.

 

A revisão legislativa, marcante para esta atividade, foi justificada com o quadro de transformações socioeconómicas e o desenvolvimento das próprias empresas. Permitirá igualmente um maior controlo dos operadores do setor e do pessoal a si afeto, refere o relatório parecer das comissões especializadas do parlamento angolano sobre a nova Lei sobre as Empresas Privadas de Segurança.

 

Pelas ruas de Luanda, a capital, não passam despercebidas no trânsito viaturas de empresas privadas de segurança. Transportam diariamente centenas de agentes fardados e munidos de armas de guerra que, com sirenes e jogo de luzes, abrem caminho em destino às missões, outra das áreas que a nova lei pretende regulamentar.

 

Sobre este cenário, a comerciante Juliana Ribeiro conta à Lusa que o aparato lhe faz lembrar filmes de ação, mas que não se amedronta com o uso dessas armas de guerra, como metralhadoras, em plena rua.

 

"Nós sabemos qual é a nossa realidade. Se os bandidos têm armas o que é que podemos esperar, eles [seguranças] não vão conseguir defender seja o que for com cassetetes", graceja a comerciante.

 

A substituição dessas armas de guerra, usadas sem qualquer tipo de restrição pelos seguranças privadas, é uma das exigências da nova lei, que prevê a limitação da posse a armas de autodefesa.

 

Outra exigência da nova lei tem a ver com o estabelecimento de regras no recrutamento e admissão do pessoal, que doravante deve obrigatoriamente frequentar cursos em matéria de segurança privada.

 

Para Francisco Sassumuna, mecânico, e Vanda Miguel, funcionária pública, isto é uma prioridade, atendendo a complexidade da sua tarefa.

 

"Não se admite que um guarda adormeça ao ponto de alguém chegar e levar-lhe a arma, como já ouvi vários casos, que o guarda abandone a arma, porque foi procurar comida, isso é inadmissível", apontou à Lusa Vanda Miguel.

 

Já Francisco Sassumuna defende que é preciso também dar alguma dignidade a esse pessoal.

 

"Como é que um guarda, nos tempos de hoje vai ter um salário de 15 mil ou 20 mil kwanzas, se aparece alguém que lhe oferece mais ele vende a arma sem olhar para trás. É preciso também um maior controlo", referiu.

 

  O elevado índice de criminalidade em Angola leva a população a aceitar a presença de elementos de empresas privadas de segurança munidos com armas de guerra e que formam autênticos pequenos exércitos.

 

Pelas cidades angolanas é comum a presença de vários agentes privados de segurança à porta de estabelecimentos comerciais, bancos, empresas, domicílios particulares, hospitais ou até escolas, em todas as ruas.

 

A necessidade desses serviços justifica-se, como apontou à Lusa António Manuel, professor de um colégio privado, porque a criminalidade em Luanda está sempre à espreita e só a polícia, afirma, não dá conta do recado.

 

"A presença deles é mesmo necessária, já foi possível evitar-se algumas situações complicadas, como assaltos, no colégio em que trabalho. Miúdos ao saírem da escola são às vezes abordados por bandidos para roubarem telemóveis e graças a intervenção dos guardas é evitado o pior", reconhece o docente.

 

A atividade de segurança privada começou a surgir em Angola depois de 1990, tendo alcançado maior visibilidade em 1992, altura em que foi também aprovada a Lei 19/92, entretanto revista e aprovada este ano pela Assembleia Nacional angolana.

 

No entanto, como foi apontado durante a discussão parlamentar da nova legislação, das verbas pagas por quem contrata estes serviços, só uma pequena parte é utilizada para pagar a estes homens.

 

A revisão legislativa, marcante para esta atividade, foi justificada com o quadro de transformações socioeconómicas e o desenvolvimento das próprias empresas. Permitirá igualmente um maior controlo dos operadores do setor e do pessoal a si afeto, refere o relatório parecer das comissões especializadas do parlamento angolano sobre a nova Lei sobre as Empresas Privadas de Segurança.

 

Pelas ruas de Luanda, a capital, não passam despercebidas no trânsito viaturas de empresas privadas de segurança. Transportam diariamente centenas de agentes fardados e munidos de armas de guerra que, com sirenes e jogo de luzes, abrem caminho em destino às missões, outra das áreas que a nova lei pretende regulamentar.

 

Sobre este cenário, a comerciante Juliana Ribeiro conta à Lusa que o aparato lhe faz lembrar filmes de ação, mas que não se amedronta com o uso dessas armas de guerra, como metralhadoras, em plena rua.

 

"Nós sabemos qual é a nossa realidade. Se os bandidos têm armas o que é que podemos esperar, eles [seguranças] não vão conseguir defender seja o que for com cassetetes", graceja a comerciante.

 

A substituição dessas armas de guerra, usadas sem qualquer tipo de restrição pelos seguranças privadas, é uma das exigências da nova lei, que prevê a limitação da posse a armas de autodefesa.

 

Outra exigência da nova lei tem a ver com o estabelecimento de regras no recrutamento e admissão do pessoal, que doravante deve obrigatoriamente frequentar cursos em matéria de segurança privada.

 

Para Francisco Sassumuna, mecânico, e Vanda Miguel, funcionária pública, isto é uma prioridade, atendendo a complexidade da sua tarefa.

 

"Não se admite que um guarda adormeça ao ponto de alguém chegar e levar-lhe a arma, como já ouvi vários casos, que o guarda abandone a arma, porque foi procurar comida, isso é inadmissível", apontou à Lusa Vanda Miguel.

 

Já Francisco Sassumuna defende que é preciso também dar alguma dignidade a esse pessoal.

 

"Como é que um guarda, nos tempos de hoje vai ter um salário de 15 mil ou 20 mil kwanzas, se aparece alguém que lhe oferece mais ele vende a arma sem olhar para trás. É preciso também um maior controlo", referiu.