Luanda - Os bispos católicos, todos, absolutamente todos, não votaram na continuidade do actual director da Rádio Ecclésia. Este voto de desconfiança é demonstrativo do agastamento que a direcção do padre da Diocese de Benguela, Quintino Kandanji, causou. 

Fonte: Folha-8

À revelia dos interesses informativos e até religiosos, Quintino Kandanji começou por censurar o único jornal privado de todos os poderes ligados ao regime, e um dos mais comprometidos com a palavra de Deus, dos cristãos e particularmente dos católicos: Folha 8. 

Depois teve o mérito de fazer com que a rádio, que era a de maior audiência e credibilidade nacional e internacional, passasse a uma rádio vulgar, de censura, não se diferenciando de outros veículos de propaganda editorial do regime. 

No seu consulado saíram uma grande parte dos jornalistas e foi o período de maior censura, a par da apologia e reverência ao regime, contrariando a história e a génese da Rádio mas, igualmente, da própria Igreja. Na ânsia de satisfazer o regime, a censura imposta atingiu não só padres como o próprio bispo e presidente da Conferência Episcopal, Dom Gabriel Mbilingui.

Agora, numa altura em que mesmo os bispos já não ouviam a Rádio Ecclésia, eis que chega a boa nova, para ver se desta vez a rádio regressa às suas mais nobres raízes e volta a ser a voz do povo e dos pobres, como pugna o Papa Francisco. 

Assim, sem renovação de mandato restará a Quintino Kandanji regressar à sua diocese, em Benguela, e continuar o sacerdócio noutra freguesia. Oxalá haja uma boa escolha, por parte dos padres. Angola merece. Os angolanos precisam.