Luanda - As medidas de um Chefe de Estado preocupado com a criminalidade podem indiciar que Ambrósio de Lemos andará «alheio» aos desafios impostos pelo contexto de hoje.

Fonte: Angolense

Em resposta a informações sobre a muito propalada relação entre o ministro do Interior e o Comandante- geral da Polícia Nacional, dois altos funcionários do MININT, com cerca de 30 anos de casa, preferem não tecer comentários em relação a uma pretensa proposta de exoneração, mas ressaltam que uma eventual saída de Ambrósio de Lemos seria sempre pela porta grande.

 

Longe de pretender confirmar a apresentação de uma proposta nesse sentido, o primeiro oficial superior ressaltou que o Comandante-geral da PN deu o melhor de si em prol da corporação, num contexto diferente do actual, em que a realidade impõe o reforço da operatividade em vários domínios. «É bom que fique claro que também não estou a dizer que não houve proposta. Prefiro não comentar, como disse», vincou.

 

De acordo com a mesma fonte, nem mesmo o ministro Ângelo Tavares, como dirigente «afável» que é, embora não agrade a todos, teria problemas em reconhecer o mérito de Ambrósio. «Seria injusto se assim procedesse», sublinhou o nosso interlocutor.

 

Enquanto isso, a outra fonte, já sem muito a acrescentar, fez saber que os desafios de hoje nem sempre estão ao alcance do Sr. Comandante. «É a apreciação, mais ou menos generalizada, de todo o efectivo», avançou, lembrando que as medidas tomadas pelo Presidente José Eduardo dos Santos em nome do combate à criminalidade podem ajudar a explicar alguma coisa.

 

Quanto ao ministro do Interior, as fontes dizem ser merecedor de um grande mérito por ter olhado e por continuar a olhar para o lado humano. «Existem melhorias no quadro social do efectivo, conforme atesta o aumento do salário mínimo quase que na ordem de 100%. As condições de trabalho, ainda que longe das ideais, estão muito melhores. Mas também não está isento de críticas, o que é normal», indicam os funcionários.

 

Na ponta final, disseram, unânimes, que serão apresentadas nos próximos dias algumas benfeitorias no campo da imobiliária. «Províncias como Cuanza Sul, Namibe e Benguela são algumas das beneficiárias de casas para efectivos», concluíram.

* Amândio Carvalho