Helder Vieira Dias “Kopelipa” é, nos dias que passam, o mais poderoso dos “miúdos do Futiungo”. É o chefe da Casa Militar do PR, secretário presidencial para os assuntos de Defesa e Segurança, director de um serviço de informações, o SSE, que na prática tem a natureza de “privado do presidente”. E é longa a lista de missões sensíveis que desempenha ao serviço do PR.

Exactamente como acontece em relação a outras figuras-chave da “entourage”, J. E. dos Santos não lhe pede mais que obediência, lealdade e zelo. E uma ausência de ambições, que por não ter estado tão ausente assim custou a carreira a outros. Em troca dá-lhes essa suprema protecção que deriva do seu papel dominante no sistema de poder. (…).

“Kopelipa” é um homem franzino, sem brilho, que apareceu de repente, como um príncipe vindo das trevas. Antes de chegar ao Futungo, inicialmente como responsável do sistema de comunicações (em que é perito) e adjunto do então secretário para a Defesa e Segurança, gen. José Maria (ambos convenceram J.E. dos Santos a construir uns “bunkers” de betão no Fiutungo, para sua protecção), o seu mais notório cargo foi o de comandante da Frente Sul, no Lubango. Foi uma tarefa marcada por alguns dissabores (…) Remonta a essa fase a animosidade que ainda hoje impede que a corrente passe entre ele e França Ndalu ou João de Matos. (…)


(Extractos de um sketch biográfico de M H Vieira Dias “Kopelipa” publicado na newsletter
África Focus, nº 586, de 21.Fev.98)

Fonte AM