Luanda - O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou ao Executivo angolano a produção de relatórios trimestrais sobre a execução do Orçamento Geral do Estado, para demonstrar como estão a ser geridos os dinheiros públicos.

Fonte: Lusa

A posição foi transmitida pelo chefe da missão do FMI, Ricardo Velloso, que esteve em Luanda entre 01 e 14 de julho, para acompanhamento regular da situação angolana, conforme decorre dos estatutos daquela organização internacional.

No final, o FMI enalteceu os esforços que têm sido realizados ao nível da disponibilização de informação sobre empresas, contas públicas e mercados, nomeadamente por parte do Banco Nacional de Angola.

Uma área em que, assume Ricardo Velloso, "há sempre mais a ser feito".

"Recomendamos, por exemplo, a continuidade dessas publicações, dos dados sobre o Orçamento, talvez fazendo relatórios trimestrais, distribuindo-os por períodos mais previsíveis, para que se faça não só um acompanhamento dentro do Governo mas também fora do Governo, sobre como estão a ser feitos os gastos públicos", afirmou o chefe da missão do FMI.

A última previsão do FMI, divulgada em abril, considera que Angola vai crescer apenas 5,3 por cento este ano e 5,5% em 2015.

Durante a visita a Luanda, para analisar a evolução da economia no curto prazo e a sua perspetiva de futuro, a delegação do FMI manteve encontros com os ministros das Finanças, Planeamento e Desenvolvimento Territorial e Economia, e ainda com o Governador do Banco Nacional de Angola.

Em declarações aos jornalistas, no fecho destas consultas, Ricardo Velloso sublinhou que Angola "está a investir muito na melhoria das suas infraestruturas físicas e de capital humano", assumindo que essa aposta "gerará frutos muito positivos" no futuro.

No quadro macroeconómico, o chefe da missão do FMI fez uma leitura "muito positiva" dos indicadores, nomeadamente uma taxa de inflação que permanece em níveis históricos reduzidos e que "continua a baixar", além de existir crescimento económico.

"Há algumas dificuldades este ano com o setor petrolífero, mas o setor não petrolífero tem tido taxas de crescimento relativamente importantes e projetamos que as ações devem continuar, dado o plano do Governo de continuar a facilitar o clima de negócios, por exemplo reduzindo-se os prazos para abertura de novas empresas", disse Ricardo Velloso.

"As reservas adicionais do país também estão a um nível bastante adequado e isso é muito importante, especialmente para uma economia como a angolana, que ainda depende muito do petróleo como fonte de receita de exportações e como fonte de financiamento do orçamento", acrescentou.

Angola contou com um programa de apoio financeiro entre 2009 e 2012. Seguiu-se um período de monitorização, que terminou há poucos meses, pelo que estas visitas anuais representam o regresso aos contactos normais entre o FMI e os seus países membros.