Lisboa – O general, José Samuel Chiwale, foi apresentando recentemente em Luanda como o Presidente da recente criada Associação dos Antigos Combatentes pela Independência Total de Angola – ASACITA, com sede, no bairro da Sanzala, em Viana.

Fonte: Club-k.net/UNITA

ImageGeneral na reforma, Samuel Chiwale é uma figura de proa do nacionalismo angolano e que em 1966, ajudou Jonas Savimbi a fundar a UNITA no Moxico. Fez parte do grupo dos primeiros guerrilheiros deste movimento que recebeu treino militar na China, para depois enveredarem na luta contra o colonialismo português em Angola.

Governo angolano deve velar pelas as condições de vida dos antigos combatentes

Quem o diz é o Vice-Presidente da UNITA, Ernesto Joaquim Mulato que falava recentemente no acto de inauguração da sede da Associação dos Antigos Combatentes pela Independência Total de Angola – ASACITA, no bairro da Sanzala, em Viana.

O dirigente político, alerta para a instabilidade que o nosso país pode registar, se os antigos combatentes continuarem a passar por momentos de sofrimento e a não ter nada.

“Chamamos atenção ao governo para olhar por vós, porque sem vós não estaríamos aqui, sem vós, possivelmente, Angola não seria independente, sem vós, possivelmente, a democracia não estaria lá (…) se não houvesse a luta para se libertar este país, possivelmente os portugueses não sairiam, senão houvesse a resistência, possivelmente teríamos aqui um partido-único a dominar, a democracia nunca viria”, explicou o também antigo combatente, defendendo mais empenho do Executivo na melhoria das condições de vida dos pais da Independência não importando a sua cor partidária.

Embora algo esteja a ser feito para a dignificação dos Antigos Combatentes, Ernesto Mulato entende que o que foi feito e está a ser feito está aquém da dimensão do sacrifício e do sofrimento que os homens e mulheres consentiram para a conquista da Independência e da Democracia em Angola. Lamentou os míseros Dez (10.000,00) Kwanzas que são pagos actualmente a cada um dos inscritos no Ministério dos Antigos Combatentes.

Image“Nós temos apelado várias vezes as autoridades para olharem ao Antigo Combatente. Não direi que não se fez nada, mas o que se tem a fazer ainda é muito mais. Já se fez alguma coisa, mas quando vemos dinheiros que saem, a forma como se esbanjam e vemos o Antigo Combatente a receber 10.000 AKZ, nós ficamos totalmente tristes. Aquilo que se esbanja por pessoas que nunca fizeram absolutamente nada por esta terra, punge-nos os corações”, acrescentou

Ernesto Joaquim Mulato que apelou aos responsáveis da ASACITA a trabalharem afincadamente para a criação de condições para o reconhecimento e dignificação de todos os Antigos Combatentes. “Eles merecem o nosso carinho, apoio e respeito”, enfatizou.

Ernesto Mulato trouxe à reflexão o que algumas nações do mundo fazem a favor dos seus Antigos Combatentes, citando como exemplo Alemanha.

“Em toda a parte do mundo o antigo combatente é muito importante, você vai na Alemanha, vais encontrar os antigos combatentes de todas guerras, inclusive das duas guerras maiores conhecidas na história do mundo e as suas vidas são bem cuidadas. É graças a eles que Alemanha teve a paz e nós queremos que aqui no nosso país, também os antigos combatentes, não importa em que fileiras lutaram, todos eles contribuíram para que hoje Angola fosse independente e conhecesse o processo de democratização”, afirmou.