Lisboa –  A   província do Kuando Kubango, acolhe  secretamente um  contingente militar formalmente definido por   “Forças Especiais  de Apoio  ao Comandante-em-Chefe (FEACC)”, cuja missão é intervir,  em eventuais casos de “Golpe de Estado” contra o poder do Presidente José Eduardo dos Santos (JES),  em Luanda. 

Fonte: Club-k.net

Sem o conhecimento do general “Kopelipa”

ImageO contingente é constituído por cerca de 2500 homens e por decisão de JES os seus  efectivos mantêm-se sob o controle exclusivo do general Eusébio de Brito Teixeira, actual governador provincial do Kwanza Sul.

O general Brito Teixeira controla estes efectivos desde a época em que foi o comandante do Comando da 5ª Região das Forças Armadas Angolanas (FAA) no Kuando Kubango, província de que foi também governador.

Quando deixou de ser o comandante do Comando da 5ª Região Militar naquela localidade para desempenhar funções governamentais em 2008, o Presidente Eduardo dos Santos indicou-lhe para acumular com as tarefas  de representante da Casa de Segurança da PR, no Kuando Kubango. Tratou-se de uma posição criada propositadamente para ele e que mantém actualmente mesmo estando agora como governador provincial no Kwanza Sul.

Eusébio de Brito Teixeira desloca-se periodicamente ao Kuando Kubango para acompanhar os efectivos das “Forças  Especiais de Apoio ao Comandante-em-Chefe” que apenas a ele devem lealdade.

Foram também criadas condições para que em caso de um eventual “Golpe de Estado” em Angola, estes efectivos possam estar em Luanda, num espaço de duas horas para neutralizar insurgentes.  

De acordo com informações plausíveis, as condições estão criadas através de um chamado “regimento de transportes da Casa de Segurança da PR no Kuando Kubango”, cujo destacamento está na zona acima em direcção a nascente do rio Kuebe,  há uns 5 km do centro da cidade do Menongue.  Este local é tido como um sitio com uma segurança cerrada e inacessível para qualquer cidadão.

Alguns dos efectivos da Casa de Segurança prestam, igualmente, trabalhos em serviços da Administração Pública e na fazenda do Bimbe, localizada há uns 60 km, do município de Menongue.

De acordo com consultas, as “Forças  Especiais de Apoio ao Comandante-em-Chefe” têm característica de um exército privado de JES. Literalmente, é definido como um “exército fantasma” ou “ilegal” por não fazer parte da organograma das Forças Armadas Angolanas, ou da Casa de Segurança da PR.  

A necessidade do Presidente José Eduardo dos Santos em criar/ter um contingente do género, é associada ao antecedente de África, um continente registado por sucessivos “golpe de Estado” contra o poder constituído. JES é tido como  um líder bastante prudente quanto a estes assuntos de atentados ao poder.

Em 2006, agiu mal quando lhe chegaram informações insinuando que o general Fernando Garcia  Miala alimentava ideias de “tomar medidas activas” contra si. Em 2011, tornou a revelar-se perturbado com o anuncio de que estariam em curso manifestações exigindo a sua retirada do poder, inspiradas na primavera árabe. Já em 2012, o regime reagiu com violência contra os jovens contestatários, que mais tarde dois promotores de manifestações Isaías Cassule e Alves Kamulingue, seriam executados.