"fruta" que (no) faz falta a alguns

Rui Carreira declarou, por outro lado, que a Taag tenciona submeter, no próximo mês de Julho, às autoridades europeias e à IATA um novo pedido para que a nossa companhia de bandeira volte a rasgar os céus dos países europeus.

Acho justo (e também apertado, pois claro!) que a Comissão de Gestão da Taag assim proceda.

Contudo - independentemente dos abundantes recursos que, (in)felizmente, o País possui de Cabinda ao Cunene -, perder cinco milhões de dólares norte-americanos por mês , quanto a mim, muita "fruta" que (no) faz falta a alguns (mas quase todos) angolanos.

O desperdício de cinco milhões de dólares norte-americanos por mês, por parte da Taag tem reflexos negativos na vida de alguns (mas quase todos) angolanos se tivermos em linha de conta que a nossa companhia de bandeira (era) uma empresa estratégica que sempre contribuiu para o Orçamento Geral do Estado (OGE).

O Estado angolano no teria, quanto a mim, a necessidade de perder cinco milhões de dólares e muito menos passar pelo vexame que tem passado quando o assunto voar para a Europa se se tivesse precatado em relação às condições de segurança que são exigidas pela União Europeia e a IATA.

Deverei ter sido um dos primeiros angolanos, em 2006, a obter informação, numa determinada capital africana, segundo a qual a Taag em 2007 seria proibida de voar para o espaço europeu. Alertei um alto funcionário do Ministério dos Transportes e Comunicações e ao jornalista e director da revista "Figuras&Negócios", Victor Aleixo.

Fi-lo na esperança de que estas duas individualidades fossem ter a sensibilidade de fazer chegar a informação ao Presidente do Conselho de Administração da Taag e, quem sabe, ao ministro dos Transportes e Comunicações.

O primeiro disse-me que a suspenso dos voos da Taag para o espaço aéreo europeu, caso acontecesse, seria uma questão preocupante mas que estava longe de deixar qualquer membro do Governo sem sono na medida em que havia assuntos mais importantes naquele momento. O segundo disse-me, no seu escritório, que tal no iria acontecer. Disse mais: Angola tem dinheiro e que nunca seria tratada da mesma forma como eram tratadas as outras companhias aéreas africanas.

Pois não. Está-se mesmo a ver que, por termos o petróleo e o diamante no bolso, não somos tratados da mesma maneira que as outras companhias africanas. Por isso que o País está a perder cinco milhões de dólares/mês desde que, em Julho de 2007, a União Europeia incluiu a Taag na lista de companhias proibidas de operar no seu espaço aéreo comunitário.

Pois. É nisto que dá a falsa vaidade dos angolanos!

* Jorge Eurico
Fonte: NL