Lisboa - O Banco Nacional de Angola anunciou nesta quarta-feira à tarde que a Sonangol, a petrolífera estatal angolana, vai ser accionista do Banco Espírito Santo Angola (BESA), onde o Novo Banco (ex-BES) ficou com 9,9% do capital.

Fonte: Publico

Além destas duas entidades, o Banco Nacional de Angola adianta que a Geni se mantém no capital da instituição financeira intervencionada pelo Estado angolano, e que surge um outro novo accionista, a Lektro Capital, da qual nada se conhece.

O banco central angolano afirma, em comunicado, que estas alterações accionistas surgem “no seguimento das medidas extraordinárias de saneamento impostas” ao BESA, na sequência do colapso do BES (e que esteve ligado à elevada exposição à sua participada angolana). A partir de agora, a instituição financeira vai ter um novo nome, passando a designar-se por Banco Económico.

Estes passos, diz o Banco Nacional de Angola, representam “o fim da intervenção directa naquela instituição, cessando, por isso, a partir do dia 31 de Outubro, as funções que vinham exercendo os administradores provisórios designados para o efeito”. Ao banco central caberá agora acompanhar a “implementação plena das medidas extraordinárias de saneamento” bem como o “novo plano estratégico” da instituição.

Embora nada diga sobre as respectivas posições accionistas, é expectável que a Sonangol, o braço financeiro do Governo MPLA de José Eduardo dos Santos, detenha um papel de relevo. A Geni, ligada ao general Leopoldino do Nascimento (“Dino”), detinha 18,9% do capital antes da intervenção.

A Portmill, que desaparece agora do mapa, estava ligada a Kopelipa e a Manuel Vicente (ex-presidente da Sonangol e actual vice-presidente de Angola), e era dona de 24% do capital. Já o BES tinha a maioria do capital, com 55,7%. Ao descer a posição para 9,9%, o Novo Banco conseguiu libertar do balanço parte dos três mil milhões que tinha provisionado devido à exposição ao BESA.

Para a Sonangol, ser accionista de um banco é tudo menos novidade: está, por exemplo, no capital do Banco Atlântico e do Banco Angolano de Investimentos (ambos presentes em Portugal) e é o principal accionista do BCP, além de deter também capital de forma directa no banco do BCP em Angola.