Lisboa -  O Presidente do Conselho de Administração do BPC, Paixão António Júnior, negou que a sua instituição tivesse concedido crédito a empresas ligadas a Paulo Denílson Feijó Luís, o jovem que se fazia passar por filho do Presidente José Eduardo dos Santos, junto de empresários em Luanda.

 Fonte: Club-k.net

Para evitar embaraços 

A reação de gestor principal do BPC, datada de junho passado, surgiu na sequência de uma solicitação da Procuradoria da República junto da DNIC que acusara o arguido e seus cúmplices de crimes de burla por defraudação, falsificação de documentos e uso de documentos  falsos.

O Procurador Deodato José Paim Santos Inácio que teve o processo na primeira fase, queria saber do PCA do BPC se naquela instituição existiam contas bancarias em nome de Paulo Feijó e seus amigos, bem como, em nome de empresas associadas aos mesmos.

“Em caso afirmativo, ordenar o envio dos extratos das referidas contas bancarias, referentes ao período de Setembro de 2013 a Janeiro de 2014”, le-se no documento da PGR.

Por outro lado, a resposta do BPC negando ter dado crédito aos arguidos do processo, é vista em meios que acompanham o assunto em Luanda, como prova de que não  existiu nenhuma burla por defraudação consumada ao Estado Angolano e como também nunca houve nenhuma burla em forma tentada.

Porque que o BPC nega ter dado empréstimo a rede de Paulo Feijó?

De acordo com dados noticiados pelo Club-K, o jovem  Paulo  Anderson Feijó Luís,  é desde o dia 1 de Setembro de 2013, detentor da conta bancaria no BPC (0013-J08298-011).

O seu grupo estabeleceu contactos com esta instituição financeira em Outubro de 2013,  na pessoa do director da área de pequenas e medias empresas junto do BPC, Nataniel Patrício Mesquita Francisco. 

Através da empresa  OIL - Dream Grupo, S. A gerida pelo empresário Joel Guilherme Mendes Muxinda, o  grupo do “falso filho de JES” solicitou no BPC  o empréstimo de 29 milhões de dólares que segundo argumentação dos mesmos  seria para construção de uma fabrica de garrafas de plásticos que se situaria na zona do  Bom Jesus, arredores de Luanda.

De acordo com um levantamento, Paulo Feijó durante ao período que viveu na pele de “filho do presidente”, abriu contas bancarias em vários bancos com a nova identidade  de Paulo Anderson dos Santos tendo  depositado  os seguintes valores: a) Sete milhões de dólares no BFA; b) Quatro milhões de dólares no Banco BIC; c) Três milhões de dólares no Banco Keve. Tem outra conta no banco BAI, aberta com ajuda do declarante Edson Carlos da Silva Veloso, gestor do Hotel Centro de Convenção de Talatona (HCTA).

Ao total,  Paulo Feijó acumulou cerca   de 14 milhões de dólares líquidos  através de arrecadações/empréstimos  e ofertas de empresários.

O motivo ao qual o BPC recusa ou nega assumir que tenha cedido crédito a empresa ligada ao “falso filho do PR”, é segundo pareceres, para evitar embaraços, visto que altos responsáveis daquela instituição terão beneficiado de comissão do mesmo empréstimo. 

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