Luanda - O presidente da Federação Angolana de Andebol (FAAND), Pedro Godinho, disse, em Luanda, que ano corrente foi negativo para o seu elenco, apontando como as notas de realce a perda do título africano em sénior feminino e abandono da Marcelina Kiala, a ausência das equipas masculinas na taça dos clubes campeões africanos.

Fonte: Angop
Pedr Godinho.jpg - 53.57 KBO responsável máximo do órgão que rege o andebol nacional referiu que o afastamento na final do campeonato africano, que teve lugar na capital da Argélia, foi bastante marcante para o seu colectivo e para o país de modo geral.
 
"O que mais nos marcou pela negativa, muito embora estivéssemos mais ou menos preparados, foi a derrota na Argélia. Foi o fim de um ciclo de vitórias na conquista dos campeonatos africanos. Sabíamos que não havíamos de ganhar, mas estávamos de certa forma preparados para as situações por causa do momento que vivíamos", afirmou.
 
Referiu que a hegemonia continental não está quebrada mas sim a supremacia nas fases finais do africano feminino. "Continuo a dizer que perdemos um título, mas ganhamos uma equipa. É lógico que existiram vários factores para este insucesso; o principal está ligado à nova geração de atletas que o país produziu e a saída de outras mais experientes”, argumentou.
 
Citou como exemplo a presença de jogadoras nucleares, como Maria Pedro, Isabel Fernandes, condicionadas, assim como Marcelina Kiala que, já em fim de carreira, ainda conseguiu se destacar no combinado nacional que contou com mais de cinco estreantes em provas do género.
 
Pedro Godinho assinalou que a equipa antes do africano de Argel vinha traumatizada de um campeonato do mundo, que correu abaixo das expectativas por várias razões técnicas. "O nosso objectivo mínimo em campeonatos do mundo tem que ser sempre no grupo das 12 melhores equipas, num grupo de 26 selecções. Mas as ausências de atletas preponderantes, como são os casos de Elzira Barros, Nair Almeida, Azenaide Carlos, ditaram a nossa prestação”, referiu.
 
A ausência das equipas masculinas angolanas, do Petro de Luanda e 1º de Agosto na Taça dos Clubes campeões, que teve lugar em Túnis (Tunísia), também é um dos assuntos tidos como negativos por parte do responsável da FAAND. “Fiquei profundamente chocado com o facto de Angola não ter marcado presença nesta prova, em que nós, federação, enquanto instituição, asseguramos a participação tranquila de todas as equipas angolanas de maneira antecipada“, reforçou.
 
Godinho disse ter ficado surpreendido com ausência do campeão nacional Petro de Luanda na referida prova e que a instituição que dirige foi notificada pela Confederação Africana de Andebol (CAHB) a pagar multa: “Legalmente, a multa foi cobrada, mas não pagamos pela relação pessoal que tenho com os membros executivos da confederação, pela nossa flexibilidade para com a CAHB quando nos foi atribuída a realização do pré-olímpico”, referiu.
 
“Ficamos todos tristes ao ver sair da quadra uma jogadora com a dimensão da Marcelina, que foi considerada a quarta melhor jogadora do mundo”, disse.
 
A má prestação nos campeonatos do mundo de cadetes e juniores femininos também receberam nota negativa por parte do elenco de Pedro Godinho. “Nós partimos do princípio de que os campeonatos do mundo de cadetes e juniores são formação e transição e servem para potenciar estratégias para que o leque de atletas que cheguem à equipa de seniores leve traquejo e experiência e mais fácil se integra na alta competição”, referiu.
 
“O meu discurso para as selecções jovens é sempre o mesmo: primeiro, divirtam-se e depois vão até onde deixarem. Enquanto presidente da federação, nunca fiz pressão a estas crianças. Temos que assumir o que esteve em causa foi como perdemos e com quem perdemos. Por exemplo, não se justifica uma derrota com o Panamá, resultados que nos fizeram cair quase cinco lugares no ranking mundial”, apontou.
 
No seu balanço do ano, Pedro Godinho disse que, depois destas quedas, os erros estão identificados e na nova estrutura das equipas técnicas nacionais vai ter a participação directa do seleccionador sénior feminino. Entre os aspectos positivos está a reaparição da selecção masculina, quarta colocada no campeonato africano, disputado em Argel.