Luanda - A Empresa de Limpeza e Saneamento de Luanda (ELISAL), advertiu esta semana que vai suspender os contratos de serviço com as operadoras de limpeza que continuam a não honrar os compromissos.

Fonte: JA
Em declarações à Rádio Nacional de Angola, o director-geral da ELISAL, Hermelindo Pereira, disse que foram criadas três novas frentes de recolha de lixo, no Quilometro Nove, Kilamba Kiaxi e Belas, para reduzir os aglomerados de resíduos na cidade e arredores.

A ELISAL, disse Hermelindo Pereira, teve de mudar os critérios de pagamento às operadoras de recolha de lixo, depois de constatar que muitas transportavam mais areia do que lixo, aproveitando-se do facto do serviço ser pago com base no peso dos resíduos.

O director da Empresa de Limpeza  disse que, actualmente, as operadoras são pagas em função da área limpa e ainda assim, muitas continuam a fazer mal o trabalho.

Criada em 1991 como uma unidade económica estatal a empresa tem, entre outras atribuições, a missão de cuidar da recolha e tratamento de lixo em Luanda. Desde a sua criação, tem vindo a ensaiar vários modelos de recolha de lixo. Um dos modelos, que também fracassou, previa a participação dos cidadãos, a quem cabia a responsabilidade de acondicionar o lixo em locais próprios e respeitando os horários estipulados.

Com uma população superior a seis milhões de habitantes, estima-se que a cidade de Luanda produza mais três mil toneladas de lixo por dia, quantidades acima do que é recolhido pelos serviços de limpeza. Esta situação faz com que sejam comuns os montes de lixo em vários locais, especialmente nos bairros mais afastados do centro.

Na zona Baixa de Luanda, a acumulação de lixo nas ruas já não é tão visível devido ao esforço que as autoridades têm vindo a desenvolver para manter limpa aquela área da capital angolana. Nos termos do novo programa de recolha de lixo na capital, pretende-se substituir os actuais contentores públicos existentes nas ruas de Luanda, por contentores colocados em cada edifício e estabelecimento comercial. Todos os resíduos produzidos devem ser depositados nesses contentores, colocados em zonas privadas dos edifícios, que são transportados para a via pública apenas nos horários definidos para a passagem dos veículos de recolha de lixo.

Para a ELISAL, “a participação dos cidadãos é um elemento fulcral para a manutenção da limpeza da cidade”. O lixo recolhido em Luanda é transportado para as estações de tratamento localizadas  na Boavista, Cazenga e no Kilamba Kiaxi, onde é compactado e posteriormente colocado no Aterro Sanitário dos Mulenvos.

O saneamento básico ainda é precário em muitas zonas da cidade de Luanda. Há bairros que nasceram sem qualquer plano urbanístico. Por esta razão, faltam esgotos, ruas asfaltadas e valas de drenagem, para facilitar o escoamento de águas pluviais. A falta de arruamentos impede a recolha de resíduos sólidos e por isso os seus habitantes estão sujeitos a doenças graves.