Luanda - A fábrica de lapidação de diamantes de Angola, reestruturada depois de falhada a parceria com investidores estrangeiros através de um investimento de 6,2 milhões de euros, foi hoje reinaugurada e tratará 5.000 quilates de diamantes mensalmente.

Fonte: Lusa

De acordo com informação disponibilizada hoje, durante a reinauguração da fábrica estatal, nos arredores de Luanda, o investimento permitirá lapidar 100% de uma pedra de diamante, da produção nacional, contra os 40% anteriores.

Com esta medida, o Executivo angolano prevê aumentar as receitas angariadas com a venda dos diamantes. Depois do petróleo, os diamantes são a principal fonte de receita angolana, tendo rendido em 2014, até novembro, 1,2 mil milhões de dólares (cerca de mil milhões de euros).

A fábrica Angola Polishing Diamonds, da Sociedade de Comercialização de Diamantes de Angola (Sodiam), subsidiária da diamantífera estatal angolana Endiama, representou um investimento inicial de 10 milhões de dólares (8,6 milhões de euros), envolvendo aquando da sua constituição, em 2005, uma parceria com investidores estrangeiros.

Atualmente com 168 trabalhadores, a fábrica prevê incrementar a força de trabalho até aos 400 efetivos e aos 20.000 quilates lapidados por mês.

"A fábrica de lapidação não correu bem porque a parceria não foi a melhor parceria que nós estabelecemos", admitiu, em junho passado, o ministro da Geologia e Minas de Angola, Francisco Queiróz.

Esta primeira unidade de lapidação de diamantes de Angola foi anunciada pelo Governo angolano como uma "viragem histórica" na indústria diamantífera do país, por permitir aumentar substancialmente as receitas estatais no processo de comercialização de diamantes.

No entanto, como reconhece o ministro da tutela, o projeto "correu mal", nomeadamente na "gestão financeira e técnica", que estava a cargo do "parceiro estrangeiro", sobretudo a partir da crise no setor, em 2008.

"Nós não tínhamos experiência nessa matéria, foi a primeira vez. Não soubemos lidar muito bem com esse parceiro e a fábrica não produzia resultados, incompreensivelmente", apontou Francisco Queiróz.

Face a esta situação, explicou, o "parceiro estrangeiro foi responsabilizado pelos maus resultados da fábrica", processo que culminou com uma negociação e a sua "saída voluntária".

A criação desta fábrica envolveu, à data, a Sodiam, empresa estatal criada em dezembro de 1999 com o exclusivo da venda dos diamantes produzidos no país, a LLD Diamonds e um consórcio angolano, formando então a empresa Angola Polishing Diamonds.

Foi lançada antecipando uma capacidade de processamento de diamantes de cerca de 20 milhões de dólares (17 milhões de euros) por mês e a criação de 600 empregos.