Luanda – A onda de manifestações chega na República Democrática do Congo. Os protestos contra um projecto de lei que permitiria ao presidente Joseph Kabila prolongar a sua permanência no poder, começaram na capital, Kinshasa, mas alastraram-se a outras cidades, nomeadamente Goma, no leste do país.

Fonte: Club-k.net
Jeff Dembo.jpg - 32.75 KBOs três principais partidos da oposição PPRD, MLC e o INDEPENDANT, com 111, 64 e 63 Deputados respectivamente apelaram a manifestações contra a nova lei eleitoral que foi debatida terça-feira dia 12 de Janeiro de 2015 no Senado, depois de ter sido aprovada pela câmara baixa do parlamento no sábado, 19 mesmo mês e ano.

A oposição quer que Kabila, no poder há 14 anos, saia no final do seu mandato, em 2016, mas pensa que o chefe de Estado pretende manter-se em funções fazendo depender as eleições presidenciais e legislativas de um novo recenseamento eleitoral, que está previsto começar no corrente ano.

Segundo a Federação Internacional para os Direitos Humanos, 42 pessoas foram mortas desde segunda-feira 19 de Janeiro na capital e dezenas ficaram feridas. Em Goma, ainda segundo a mesma organização, a polícia disparou balas reais contra os manifestantes.

A comissão do Senado da República Democrática do Congo (RDC) modificou esta sexta-feira o projecto de lei eleitoral que originou violentos conflitos no início da semana em Kinshasa, Goma, Butembo e Kimpece.

O polémico projecto de lei previa a organização de um recenseamento da população antes das presidenciais de 2016, o que a oposição denunciava como um meio que permitiria o alargamento do mandato do presidente Joseph Kabila, no poder há 14 anos. A versão modificada da lei estabelece que a lista eleitoral deverá estar pronta dentro do prazo previsto pela constituição.

Uma comissão mista tinha sido incumbida de elaborar um texto para o artigo 8 da lei eleitoral, antes da votação definitiva que deverá ter lugar até ao termo da sessão parlamentar de segunda-feira 26 de Janeiro.

O povo africano começou a se levantar das agruras da opressão e das ditaduras perpetradas por muitos líderes africanos que foram levando acabo nos seus países, chegando mesmo a pensar que eram insubstituíveis dos cargos de Presidente e até certo modo chegavam a se abonar em vez de governarem.

Com a recente aprovação da Lei do Registo eleitoral a quando da última plenária 29 de Janeiro do ano em curso pelos Deputados do Grupo Parlamentar do MPLA, atropelando assim mais uma vez o Artigo 107 º Constituição da República de Angola. Continuando assim, tudo indica que Angola não vai ficar alheia a estas práticas.

A revolta começou tímidamente na Tunísia, ainda no final de 2010. Logo uma onda varreu o Oriente Médio e o norte da África. A revolta pelo fim dos regimes autoritários tomou conta de outros países africanos.

Ben Ali, o ditador tunisino, foi o primeiro a cair. Na capital egípcia, a multidão enfurecida enfrentou os blindados do exército. Repressão e censura de nada adiantaram. A internet foi o trunfo dos revoltosos.

Fogo e pedras na praça Tahrir. Um cordão humano tentou proteger os tesouros milenares do museu do Cairo. Após 18 dias de fúria, Hosni Mubarak finalmente renunciou, dando fim a 30 anos de intrincadas alianças. A euforia tomou conta do Egito. Mubarak começou a ser julgado atrás das grades.

Os protestos se alastraram pelos países vizinhos. Refugiados atravessaram fronteiras em busca de abrigo. O mundo acompanhou perplexo. Na Líbia, uma luta sangrenta. O coronel Muammar Kadhafi, há 42 anos no poder, enfrentou a oposição. Mas a Otan apoiou os insurgentes. Pouco a pouco, o ditador foi encurralado. A caçada acabou em Sirte, cidade natal de Kadhafi.

Centenas de manifestantes marcharam na capital Burkina Faso no dia 31 de Outubro para exigir a renúncia do presidente Blaise Compaoré, quando o mesmo planeava alterar a Constituição Burkinabe para que lhe possibilitasse a mais mandato depois de estar a 27 anos no cargo depois do golpe de estado feito por ele ao antigo presidente Tomás Sankara. Um dia depois de os militares dissolverem o Parlamento e anunciarem um governo de transição em decorrência dos protestos violentos.