Luanda - A petrolífera angolana Sonangol vai pagar um prémio a todos os trabalhadores da empresa, equivalente a meio salário-base, para assinalar os 39 anos de atividade, ao mesmo tempo que tem em curso de programa de austeridade interna.

Fonte:  Lusa

Para assinalar os 39 anos de atividade

A medida foi anunciada durante a apresentação, em Luanda, em conferência de imprensa, dos resultados de 2014 da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), que se traduzem numa quebra de 77 por cento nas receitas, para 710,3 milhões de dólares.

Na intervenção, o presidente do Conselho de Administração da empresa enfatizou o "esforço dos trabalhadores" para justificar este "prémio especial", a pagar em março e a "financiar exclusivamente" com recurso do fundo de estímulo material da própria empresa.

"Sem o vosso esforço, não seria possível nós alcançarmos os resultados que hoje divulgámos", disse Francisco de Lemos José Maria.

A Sonangol fechou 2014 com 8.473 trabalhadores em atividade, tendo pago 958 milhões de dólares em salários no mesmo ano, de acordo com os resultados apresentados hoje.

A forte quebra nos lucros da concessionária pública angolana e maior empresa do país foi influenciada pela quebra na produção de petróleo no primeiro semestre, que recuperou na segunda metade do ano. Contudo, no segundo semestre, as contas foram influenciadas pela forte quebra na cotação internacional do barril de petróleo.

"No geral, o ano foi difícil", admitiu Francisco de Lemos José Maria, apontando a necessidade de "resgate da eficiência empresarial" e de cortes na despesa "não-essencial".

A administração da Sonangol anunciou hoje que a redução das receitas do petróleo obrigou a empresa a rever o orçamento para 2015, lançando um programa de "contenção de custos".

Traduz-se num corte que pode chegar a 25% do orçamento antes previsto, equivalente a quatro mil milhões de dólares. De acordo com a garantia transmitida pela administrador-executivo para a área financeira, Fernando Mateus, estes cortes foram preparados com o princípio de "não afetar o nível de operações dos negócios". "Mantivemos todo o custeio essencial de suporte à atividade operacional", sublinhou.

Os cortes projetados, acrescentou o administrador, serão aplicados aos custos de estrutura, de funcionamento e de aquisição serviços a terceiros, mas mantendo as prioridades e calendário de investimentos. "Ou seja, a incidência recaiu mais sobre o dispêndio e não efetivamente sobre as operações. Mas sendo complementado com a promoção da eficiência no desempenho dos nossos negócios", rematou Fernando Mateus.