Luanda - Quando chegamos a Portugal evitávamos estar em grandes aglomerações de gente pois se acontecesse qualquer confusão a bofia aparecia e num ápice punha a identificar tudo e todos. Quem não tivesse os documentos em dia era logo levado as instalações do SEF que verificava os teus antecedentes e se comprovasse que estavas ilegal, eras logo recambiado.
Fonte: Club-k.net
Muitos angolanos e não só, foram apanhados e recambiados quando saíam da discoteca e ou até quando estavam num restaurante a ver um jogo qualquer. Outras vezes as autoridades portuguesas realizavam rusgas para encontrar ilegais.
Creio que por volta de 2005/06, Portugal começava a não ter capacidade para fazer deportações e então adoptou medidas mais flexíveis de legalização o que de certa permitiu que muitos imigrantes conseguissem legalizar-se.
E tão logo o fizessem tinham de começar a fazer os descontos a segurança social, sem falar de outros impostos. Tínhamos de pagar todos os impostos, agora que já estávamos legais no país. Fazíamos com todo gosto e nalguns casos pagávamos os impostos com retroactivos. Doía mas tinha de ser, valia mais ter as dividas pagas e ter um documento legal que te possibilitava andar sem receio pela União Europeia.
Portugal percebeu que ganhava mais legalizando e por via deste expediente cobrar imposto, do que mandar os ilegais para os seus países.
Hoje vejo milhares de estrangeiros em Angola e me pergunto se todos ou se a maioria deles estão legais? Me pergunto se os que estão legais fazem desconto cá? Me pergunto se apesar de ilegais eles têm acesso aos serviços bancários por exemplo?
Ora, estando Angola a viver um período de dificuldades econômicas, creio que não seria de todo errado, se pensássemos em legalizar todos os imigrantes. São milhares. Ao fazê-lo, obviamente que tinham de pagar uma taxa para o efeito, sendo que quem cá estivesse a mais tempo pagaria uma multa pelos anos que andou cá ilegal e também como é óbvio pagaria a referida taxa de legalização. Por outro lado, todos eles deviam ser inscritos na segurança social e começarem a fazer os descontos e se possível com retroativos.
Porque em boa verdade eles devem fazer descontos.
Eles usam as estradas, fazem uso dos rios, dos mares, da energia e até televisão veem sem pagar nada. Isto não pode ser. Isto é inconcebível. É certo que toda mão de obra deve ser encarada como necessária, mas também é certo que estes, não podem viver num país sem contribuírem com um pouquinho do que ganham. Se nós os nacionais contribuímos para a segurança social, porque que os estrangeiros não o fazem?
