No sistema bi-partidário norte-americano, onde não há qualquer disciplina de voto, a camisola política cada vez significa menos em matéria de solidariedades internas.

Os adversários encontram-se em todo o lado. Dentro e fora do mesmo partido. Os amigos também. Hillary aceitou ser membro do Governo de Obama, mas de certeza que não aceitou deixar de se chamar Hillary Rohdman Clinton, uma kota que já conta com mais de 60 anos e que já foi duas vezes Primeira-Dama dos EUA e ao que parece ainda não desistiu de se voltar a candidatar.

Não sei qual foi o acordo estabelecido entre os dois antigos e ferozes adversários, partindo do princípio que este acordo exista. Sei, contudo, que Hillary não vai ser uma subordinada normal, num governo normal. Não sei mesmo se ela aceitou ser subordinada conforme mandam as normas de qualquer hierarquia.

O seu discurso feito no Senado, aquando da confirmação da sua nomeação, não aponta exactamente nessa direcção. “Eu e o Presidente Obama pensamos assim. Eu e o Presidente Obama achamos que não deve ser assim”.

Foram mais ou menos estes os termos que ela utilizou diante da Comissão que fez a avaliação da sua estratégia, deixando claramente entender que vai manter uma postura vertical no relacionamento com Obama. De igual para igual. Por tudo isto e por muito mais, acho que a primeira “maka” interna da administração Obama se vai chamar Hillary. Gostaria de estar redondamente enganado. Se assim acontecer só tenho que me felicitar por ter feito uma previsão errada.

Gostaria de prever efectivamente uma gestão interna mais tranquila para Barack Obama, pois já lhe bastam os grandes problemas que vai ter de resolver dentro e fora da América.

*Wilson Dadá

Fonte: http://www.morrodamaianga.blogspot.com/